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Quando menos é mais

American e Air Canada antecipam planos de aposentadoria da frota

Redução na demanda obriga companhias a retirar de serviço famílias inteiras de aviões pouco eficientes


Air Canada foi um dos primeiros clientes da família E-Jet da Embraer, família brasileira dará lugar aos canadenses A220

Com a redução na demanda global por viagens aéreas o setor de aviação regular está passando por uma drástica revisão em seu negócio. Diversas companhias anunciaram a aposentadoria de parte da frota, outras a retira completa de determinadas famílias de aviões de serviço.

A Air Canada após apresentar uma perda líquida de US$ 1,05 bilhão no balanço do primeiro trimestre de 2020 anunciou um plano para aposentar imediatamente 79 aeronaves de sua frota, incluindo todos os Boeing 767, Airbus A319 e Embraer 190. Os dois últimos estavam sendo retirados de serviço devido a chegada dos novos A220, da Airbus.

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A aceleração da retirada dessas aeronaves servirá para simplificar a frota, reduzir custos e ainda melhorar a pegada de carbono. Segundo Calin Rovinescu, presidente e CEO da Air Canada, a empresa deverá levar pelo menos até três anos para recuperar os níveis de receita e capacidade operacional de 2019. Durante a divulgação dos resultados do primeiro trimestre a Air Canada frisou que havia registrado 27 trimestres consecutivos de crescimento da receita operacional. Com o coronavírus a companhia reduziu a sua capacidade operacional em 90% no início de 2020.

Os Airbus A330 da American Airlines serão completamente substituídos pelos Boeing 787

A American Airlines também anunciou a aposentadoria antecipada da totalidade da frota de Embraer E-Jet, Bombardier CRJ-200, Boeing 757-200, Boeing 767-300 e Airbus A330-300. Todas estas aeronaves já estavam programadas para serem retiradas de serviço a partir deste ano, mas agora serão retiradas de serviço de forma unificada e não em um processo continuo. O objetivo é evitar custos de manutenção e readequar a oferta a demanda projetada para os próximos anos.

“Ao remover esta frota evitaremos diversas despesas futuras significativas, visando diminuir a complexidade de nossas operações. Essas economias incluem uma menor variedade de aeronaves operadas, inventários e peças, além da eficiência no treinamento da tripulação”, disse Derek Kerr, diretor financeiro da American Airlines. Com essa decisão, a American espera reduzir a frota em cerca de 100 aeronaves até 2021, focando em padronizar o uso de aeronaves mais avançadas, com destaque para os Airbus A321neo, Boeing 737 MAX e Boeing 787.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 06/05/2020, às 07h56 - Atualizado às 08h10


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