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Voos da Air Canada para o Brasil permanecem suspensos

A Air Canada manteve a suspensão de voos após o sindicato de comissários desafiar ordem federal de retorno ao trabalho


Paralisação de comissários de bordo afeta mais de 240 voos e deve levar até dez dias para normalização - Divulgação
Paralisação de comissários de bordo afeta mais de 240 voos e deve levar até dez dias para normalização - Divulgação

A Air Canada adiou a retomada de diversos voos após o sindicato, que representa mais de 10.000 comissários, orientar os trabalhadores a ignorarem a ordem federal de retorno imediato às atividades.

Com isso, cerca de 240 voos foram cancelados no último domingo (17), incluíndo os com destino a cidade de São Paulo, ampliando a interrupção operacional iniciada no dia anterior, que atingiu também a subsidiária de baixo custo Air Canada Rouge.

Decisão trabalhista

O Conselho Canadense de Relações Industriais (CIRB) determinou que a tripulação de cabine (comissários) retornasse ao trabalho até as 14h do dia 17, prorrogando a vigência do acordo coletivo até a conclusão de um novo contrato.

No entanto, a Canadian Union of Public Employees (CUPE) rejeitou a medida, acusando o governo de ceder à pressão empresarial. “Esta não é uma disputa encerrada. Continuaremos a lutar nas linhas de piquete, nas ruas, na mesa de negociação, nos tribunais e no Parlamento”, disse Mark Hancock, presidente nacional da CUPE.

Impacto na malha aérea

Todos os voos da Air Canada e da Air Canada Rouge permanecem suspensos. Serviços operados pelas parceiras Jazz Aviation e PAL Airlines continuam regulares. A companhia informou que pretende reiniciar as operações na noite de hoje (18), mas estima um prazo de sete a dez dias para normalizar a malha, que atende 180 destinos e realiza cerca de setecentos voos diários. A expectativa é que milhares de passageiros tenham as viagens remarcadas nos próximos dias.

Mediação do governo

A ministra do Trabalho do Canadá, Patty Hajdu, acionou um artigo do Código Trabalhista para impor arbitragem obrigatória após o fracasso das negociações. Segundo ela, a decisão buscou preservar “estabilidade e cadeias de suprimento”, diante da distância entre as propostas apresentadas pelas partes.

Principais pontos da disputa

O impasse envolve remuneração e condições de trabalho. A Air Canada afirmou ter oferecido aumento de 38% na compensação total em quatro anos, incluindo reajuste de 25% no primeiro ano e pagamento pelo período de embarque.

O sindicato rejeitou a proposta, alegando que o boarding pay equivale a apenas metade da hora de trabalho e que os salários continuam abaixo da inflação, de referências do setor e, em alguns casos, do salário mínimo nacional.

Alternativas aos passageiros

A Air Canada informou que os clientes afetados poderão solicitar reembolso integral, crédito para viagens futuras ou reacomodação em outras companhias aéreas, embora a disponibilidade seja limitada devido ao pico da temporada de verão e demanda elevada no setor.

Por Marcel Cardoso
Publicado em 18/08/2025, às 09h00


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