Aeroporto de Maricá, no Rio de Janeiro, adota tecnologia com grafeno na pista para reforçar estrutura e reduzir custos de manutenção
A pista do Aeroporto de Maricá (JMR), no Rio de Janeiro, está passando por obras de recapeamento com o uso de grafeno, material conhecido por sua alta resistência, durabilidade e leveza. A aplicação do aditivo ocorre na camada superior do asfalto e visa aumentar a vida útil do pavimento e reduzir custos com manutenção.
A iniciativa é conduzida pela Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), responsável pela operação do aeroporto. Com 1.190 metros de extensão, a pista receberá óxido de grafeno, variante do material com propriedades que melhoram a resistência a variações climáticas e ao impacto de pousos e decolagens.
“Essa nova cobertura é muito mais resistente a intempéries e esforços mecânicos. Isso traz mais confiabilidade para as operações no aeroporto”, disse Frederico Ferreira, coordenador do Sistema de Gerenciamento de Segurança Operacional.
Durante as obras, o programa Voa Maricá, que conecta a cidade ao estado de São Paulo com os Cessna 208 Grand Caravan da Azul Conecta, foi temporariamente suspenso. A previsão é que os voos comerciais sejam retomados no início do segundo semestre. Já os voos offshore, realizados por helicópteros com destino a plataformas de petróleo, seguem operando normalmente.
Além do recapeamento, o aeroporto passa por uma série de ampliações. Estão em construção o novo Pátio 4, exclusivo para helicópteros, e quatro hangares voltados ao setor offshore, além de novas pistas de taxiamento.
O grafeno, material-base do aditivo utilizado, foi isolado pela primeira vez em 2004 pelos cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester, em pesquisa que rendeu o Prêmio Nobel de Física em 2010. Com espessura atômica e alta resistência, o material apresenta vantagens como leveza, flexibilidade, impermeabilidade e durabilidade.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 07/05/2025, às 08h31