Com lucro em 2024, Aerolíneas Argentinas estima não depender de recursos públicos em 2025, apesar de pressão política por privatização
Pela primeira vez desde sua reestatização em 2008, a Aerolíneas Argentinas projeta não depender de aportes estatais para sustentar suas operações em 2025. A estimativa se baseia nos resultados financeiros de 2024, ano em que a companhia registrou lucro operacional de US$ 20,2 milhões, impulsionado por cortes de gastos e reestruturação administrativa.
A companhia aérea estatal adotou uma série de medidas para equilibrar suas contas, incluindo o encerramento de rotas deficitárias e a redução de 13% no quadro de funcionários, com a saída de cerca de 1.600 profissionais. Segundo a empresa, as ações não afetaram a liquidez, preservando os níveis de caixa.
O presidente da companhia, Fabián Lombardo, afirmou que a Aerolíneas também reduziu em 25% sua dívida consolidada em dólares. “Com base nas projeções atuais, a Aerolíneas Argentinas não precisará de aportes estatais em 2025, sustentando suas operações com receitas próprias”, declarou Lombardo ao Ministério da Economia da Argentina.
Apesar da recuperação operacional, o futuro da companhia ainda está cercado de incertezas políticas. O presidente argentino, Javier Milei, defende a privatização da Aerolíneas, alegando que o governo teve de cobrir sucessivos déficits desde a reestatização da empresa. No entanto, qualquer avanço no processo dependerá da aprovação do Congresso Nacional.
A situação da Aerolíneas Argentinas expõe o contraste entre a busca por sustentabilidade econômica e os desafios impostos pelo ambiente político e sindical. O futuro da companhia será definido por negociações entre o Executivo, os legisladores e representantes dos trabalhadores.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 02/05/2025, às 19h03