SpaceJet deveria ter sido entregue em 2013, mas problemas com a certificação forçaram mudança no cronograma
Por Edmundo Ubiratan | Imagem: Divulgação Publicado em 24/10/2019, às 12h00 - Atualizado às 13h30
Mitsubishi acumula seis atrasos no programa SpaceJet, anteriormente designado como MRJ
A Mitsubishi Aircraft deverá atrasar pela sexta vez o cronograma de desenvolvimento do SpaceJet. Problemas com o processo de certificação têm forçado a fabricante japonesa a rever as metas para entregar o primeiro avião, que originalmente ocorreria em 2013.
Segundo a imprensa japonesa, a Mitsubishi está enfrentando uma série de dificuldades na certificação, tanto com as autoridades de aviação civil do Japão quanto de órgãos internacionais, como a norte-americana FAA.
Lançado oficialmente em 2008 como Mitsubishi Regional Jet (MRJ), o programa previa dois aviões, com capacidade para até 90 assentos. Na ocasião esperava-se que a certificação ocorreria em meados de 2013, com as entregas iniciando na sequência. Porém, problemas no desenvolvimento levaram ao primeiro atraso, anunciado em 2009. A maioria parte dos problemas iniciais estavam relacionado ao desenho das asas, que tiveram de ser reprojetadas ainda na fase de estudos. Em 2012 ocorreu mais um adiamento, seguido de novos atrasos anunciados entre 2013 e 2015. Inclusive o primeiro voo foi postergado por diversas vezes, por razões diversas, entre atraso na construção do avião e falhas no sistema elétrico gerado por defeitos na fiação.
Recentemente a Mitsubishi renomeou o MRJ como SpaceJet e durante o Paris Air Show 2019 anunciou o lançamento do M100, uma versão de 76 assentos voltada para o mercado regional dos Estados Unidos. A MESA Airlines, empresa regional com sede em Phoenix, no Arizona, confirmou um pedido para 50 aviões, com opção e outros 50. Atualmente o avião conta com 213 pedidos firmes e 234 opções de compra.
A Mitsubishi que havia sido acusada de roubo de informações do programa CSeries da Bombardier, recentemente adquiriu do fabricante canadense o programa CRJ, de aviões regionais. A gigante japonesa espera obter com o projeto CRJ novos parâmetros para avançar no desenvolvimento de seus aviões.