Várias bases na Europa contam com aviões dos EUA que podem levar bombas nucleares
Por André Magalhães Publicado em 15/04/2022, às 16h57
O Departamento de Defesa dos Estados Unidos adicionou o Reino Unido na lista de países na europeus que podem abrigar bombas nucleares. A ação ocorreu de forma discreta e não deu detalhes da localização onde os armamentos nucleares devem ficar.
Um documento do Pentágono mostra a lista de países que podem receber as armas atômicas e inclui importantes países europeus, todos membros da Otan. Este documento oficial está ligado ao orçamento fiscal da defesa dos EUA para 2023.
Apesar de não ser revelado o local de armazenamento, por questões óbvias, uma das opções é a base aérea de Lakenheath, distante cerca de 100 km de Londres e que no passado já abrigou bombas nucleares para equipar os caças F-15E Strike Eagle da força aérea norte-americana.
“A Otan financia a infraestrutura necessária para armazenar armas especiais em locais e instalações seguras. A Otan está encerrando um programa de investimento de infraestrutura de US$ 384 milhões de treze anos em locais de armazenamento na Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda, Reino Unido e Turquia”, relatou o documento.
Ainda foi informado que os locais com capacidade para armazenamento de armas nucleares nestes países seriam atualizados e preparados para novos artefatos nucleares.
Os Estados Unidos operam na Europa uma frota de caças F-35 e F-15E com capacidade de operar armamento com ogivas nucleares. Inclusive, o mais novo caça dos Estados Unidos, o F-35 Lightning II já passou por testes de certificação de bombas B61-12m, usadas em ações táticas.
Ao mesmo tempo em que essa notícia circula, a Europa continua convivendo com tensões no leste europeu através da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. A açã mobilizou as forças da Otan para regiões próximas do conflito.
Recentemente a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, afirmou que um dos temores atuais é que Moscou utilize armas nucleares táticas, de baixa potência, contra alvos estratégicos na Ucrânia, dentro da filosofia militar russa de escalar para negociar. A estratégia está em mostrar a capacidade de atacar nuclearmente alvos militares, assim garantindo uma rodada de negociações mais favorável a seus interesses. Todavia, a estratégia é arriscada e pode elevar as tensões para uma resposta também nuclear.
Esta semana foi marcada pela discussão da entrada da Suécia e Finlândia na Otan. A manobra em nada agrada Moscou, que chegou ameaçar os dois países e a própria aliança militar afirmando que poderia posicionar armas nucleares na fronteiras de ambos países.