Retaliação

Venezuela fechou espaço aéreo para aviões da Argentina

Em resposta à apreensão de um Boeing 747 cargueiro, em 2022, o governo da Venezuela fechou o espaço aéreo para a Argentina

Um dos pilotos do avião apreendido estava sendo procurado pela justiça dos EUA, por envolvimento com terroristas - Sebastian Borsero

O governo da Venezuela anunciou ontem (12), o fechamento de seu espaço aéreo para qualquer avião da Argentina, em represália à apreensão de um Boeing 747-300 cargueiro da Emtrasur, subsidiária da estatal Conviasa, em junho de 2022.

Na ocasião, autoridades argentinas efetuaram a operação, porque um dos pilotos, o comandante Gholamreza Ghasemi, estava sendo procurado pela justiça dos Estados Unidos, acusado de fornecer armamentos para grupos terroristas, especialmente aos vinculados à Guarda Revolucionária Islâmica do Irã.

A suspeita era de que o avião de matrícula YV3531 tenha voado para Buenos Aires como parte de uma missão de inteligência (espionagem). “Nenhuma aeronave, vinda ou com destino à Argentina, poderá sobrevoar nosso território, até que nossa empresa seja devidamente indenizada pelos danos causados, após as ações ilegais praticadas, apenas para agradar seus guardiões no norte”, disse Yvan Gil, Ministro das Relações Exteriores da Venezuela.

O plano de voo previa ainda uma escala técnica em Montevidéu (MVD) para reabastecimento, antes de voar para Caracas (CCS). O plano de voo, aparentemente aceito pelas autoridades argentinas, foi interrompido com o avião já no ar, quando as autoridades do Uruguai negaram o ingresso do avião em seu espaço aéreo, sob argumento que o 747 está sob sanções impostas pelo Office of Foreign Assets Control (OFAC).

A aeronave foi adquirida pela iraniana Mahan Air de forma ilegal, foi repassado para a Emtrasur, da Venezuela em 2021. A Mahan Air está sob sanções dos Estados Unidos desde 2011, por seu apoio à Guarda Revolucionária do Irã.