Editorial - Edição 234
No próximo dia 31 de dezembro os veteranos Dassault Mirage 2000 da FAB serão desativados, deixando uma lacuna na defesa aérea brasileira. Com o impasse em torno do chamado Projeto F-X2, a situação levou os militares a buscar soluções paliativas, já que os F-5M não suprem integralmente a falta dos Mirage, seja pelo número insuficiente de aviões ou pela incapacidade operacional. Nos bastidores, o que se diz é que entre as possibilidades aventadas pelo Comando da Aeronáutica estaria a compra ou leasing de caças usados. Nessa disputa entre velhos de guerra o mais bem cotado, mostra nossa reportagem de capa, assinada por Edmundo Ubiratan, seria o Lockheed Martin F-16 Fight Falcon. O Palácio do Planalto não confirma nem nega o interesse da FAB pelos F-16. Paralelamente, os russos reiteraram a oferta dos Sukhoi-35. Às vésperas de 2014, ano de Copa do Mundo no Brasil e eleições presidenciais, a decisão parece não ter sido tomada ainda, nenhuma delas.
Se o clima é de incerteza no âmbito militar, na aviação executiva o Brasil vive um momento promissor. O país parece ter se descolado dos BRIC e figura entre os mais cobiçados mercados globais, como mostrou a convenção deste ano da NBAA, maior feira de aviação executiva do mundo. Estivemos em Las Vegas e vimos de perto não apenas a consolidação da Embraer, que pela primeira vez participou com portfólio completo, como um dos principais players do segmento, mas, também, o interesse dos grandes fabricantes por consumidores brasileiros. Entre as novidades, destaque para o Dassault Falcon 5X.
Ainda nesta edição, um especial com as transformações em curso na aviação comercial. De um lado, a disputa entre os recém-lançados Boeing 777X e o Airbus A350-1000. Do outro, o início dos testes em voo do Bombardier CSeries, que promete brigar por um mercado inexplorado e já levou seus três principais concorrentes a se mexer.
E mais: uma estreia de peso nas páginas da revista, a do comandante Carlos Edo, que pilotou o ensaio em voo do Cessna Gran Caravan com upgrade da Blackhawk. A narrativa bem humorada aliada à perspicácia de um piloto que conhece como poucos o dia a dia da aviação resultou em uma saborosa e oportuna avaliação desta verdadeira máquina.
Bom voo,
Giuliano Agmont e Christian Burgos
Redação
Publicado em 10/11/2013, às 00h00
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