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De janeiro a julho

Sete Boeing 737 da Gol tiveram problemas com motores

A Gol Linhas Aéreas teve ao menos um problema envolvendo os motores do Boeing 737, por mês, em 2023


Os problemas aconteceram com os motores Leap e CFM, em operação no 737-800 e no 737 MAX 8 - Reprodução/Aviation TV
Os problemas aconteceram com os motores Leap e CFM, em operação no 737-800 e no 737 MAX 8 - Reprodução/Aviation TV

Um levantamento feito por AERO Magazine, através site Aviation Herald, mostrou que entre janeiro e julho, a Gol Linhas Aéreas registrou sete ocorrências envolvendo problemas no  motores Leap ou CFM em sua frota Boeing 737.

Três das ocorrências na Gol foram relacionadas à indicação de baixa pressão do motor esquerdo, tanto na versão NG quanto no MAX 8, e duas envolveram o motor direito das aeronaves durante a aceleração para a decolagem.

A Gol afirma não reportou nenhum problema técnico relacionado aos motores, mas informou que segue "à risca o programa de manutenção preventiva recomendado pelo fabricante, aprovado e auditado pelas autoridades de aviação civil".

Da mesma forma, a CFM International, fabricante dos motores, também não emitiu nenhum boletim de serviço seja em nível nacional ou global. A Gol em resposta a reportagem disse que "segue acompanhando e incorporando todas as recomendações do fabricante, e está continuamente em contato com a autoridade de aviação civil."

O histórico

  • 22 de janeiro - voo G39171

Um Boeing 737-700 de matrícula PR-GED, que seguia de João Pessoa (JPA) para São Paulo (GRU) com 142 pessoas a bordo, apresentou indicação de baixa pressão de óleo no motor esquerdo. A aeronave foi desviada para Porto Seguro (BPS), na Bahia.

  • 11 de março - voo G31999

Um 737 MAX 8 de matrícula PS-GPB seguia de Maceió (MCZ) para Brasília (BSB) com 170 pessoas a bordo, quando teve o mesmo problema do voo G39171 durante a descida para a capital federal, onde o pouso ocorreu em segurança. O avião passou por manutenção durante três dias.

  • 12 de abril - voo G39675

Um 737-800 de matrícula PR-GGK seguia de Belo Horizonte (CNF) para Shanghai (PVG), na China, com escalas, para ser convertido em cargueiro (BCF), quando a mesma indicação aconteceu, seguida por uma outra, de baixa quantidade de óleo, a 315 km da costa do Rio Grande do Norte. A aeronave foi desviada para Natal (NAT), onde ficou por quase três dias.

  • 4 de maio - voo G32040

Um 737-800 de matrícula PR-GXH teve uma indicação de sobretemperatura no motor direito, durante a aceleração para decolagem do aeroporto Santos Dumont (SDU), no Rio de Janeiro, gerando estrondo e a emissão de faíscas. O procedimento foi abortado e o voo para Porto Alegre (POA) cancelado.

  • 14 de maio - voo G31490

Um 737-800 de matrícula PR-GTH teve o mesmo problema de emissão de estrondo e faíscas do voo anterior, também no motor direito, durante a aceleração para decolagem no aeroporto de Congonhas (CGH), em São Paulo. A aeronave retornou ao pátio e os passageiros foram remanejados para um 737 MAX 8 (PS-GPL), que seguiu viagem para Campo Grande (CGR).

  • 5 de julho - voo G31599

Um 737-800 de matrícula PR-GGL seguia de BSB para GRU com 178 pessoas a bordo, quando o motor esquerdo teve uma pane a cerca de 500 km de Guarulhos. O voo prosseguiu em altitude reduzida, no FL200, até o pouso, que ocorreu em segurança.

  • 31 de julho - voo G31715

Um 737 MAX 8 de matrícula PR-XMI seguia do Rio de Janeiro (GIG) para João Pessoa (JPA), quando houve uma indicação de problema no filtro de óleo no motor esquerdo, enquanto sobrevoava o Espírito Santo. A aeronave foi desviada para Vitória (VIX) e passou, ao menos, cinco dias em solo.

Em resposta a reportagem a Gol emitiu a seguinte nota:

"Em relação aos motores das aeronaves da Companhia, cumprimos à risca o programa de manutenção preventiva recomendado pelo fabricante, aprovado e auditado pelas autoridades de aviação civil. Além disso, frequentemente adotamos medidas adicionais para alcançar os mais altos níveis de qualidade e confiabilidade.

Isso inclui o monitoramento em tempo real dos parâmetros de cada motor da frota, e a partir de qualquer tendência ou sinal de anormalidade, a aeronave fica indisponível até que o possível problema seja sanado. Nossos pilotos também passam por treinamento que simula situações indesejadas como essas.

Apesar de toda essa estrutura voltada para a prevenção, é possível que alguns eventos venham a ocorrer de tempos em tempos, o que não traz nenhum risco à segurança de voo.

Em eventos como esses, o fabricante conduz uma minuciosa investigação para buscar a causa-raiz do problema e desenvolver melhorias. Os aperfeiçoamentos são rapidamente incorporados pelos operadores, tornando o equipamento ainda mais confiável. Os resultados das análises dos últimos eventos registrados revelaram causas-raízes distintas e dissociadas entre si.

A GOL segue acompanhando e incorporando todas as recomendações do fabricante, e está continuamente em contato com a autoridade de aviação civil."

Por Marcel Cardoso
Publicado em 16/08/2023, às 15h43 - Atualizado em 17/08/2023, às 11h40


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