A Gol Linhas Aéreas teve ao menos um problema envolvendo os motores do Boeing 737, por mês, em 2023
Um levantamento feito por AERO Magazine, através site Aviation Herald, mostrou que entre janeiro e julho, a Gol Linhas Aéreas registrou sete ocorrências envolvendo problemas no motores Leap ou CFM em sua frota Boeing 737.
Três das ocorrências na Gol foram relacionadas à indicação de baixa pressão do motor esquerdo, tanto na versão NG quanto no MAX 8, e duas envolveram o motor direito das aeronaves durante a aceleração para a decolagem.
A Gol afirma não reportou nenhum problema técnico relacionado aos motores, mas informou que segue "à risca o programa de manutenção preventiva recomendado pelo fabricante, aprovado e auditado pelas autoridades de aviação civil".
Da mesma forma, a CFM International, fabricante dos motores, também não emitiu nenhum boletim de serviço seja em nível nacional ou global. A Gol em resposta a reportagem disse que "segue acompanhando e incorporando todas as recomendações do fabricante, e está continuamente em contato com a autoridade de aviação civil."
Um Boeing 737-700 de matrícula PR-GED, que seguia de João Pessoa (JPA) para São Paulo (GRU) com 142 pessoas a bordo, apresentou indicação de baixa pressão de óleo no motor esquerdo. A aeronave foi desviada para Porto Seguro (BPS), na Bahia.
Um 737 MAX 8 de matrícula PS-GPB seguia de Maceió (MCZ) para Brasília (BSB) com 170 pessoas a bordo, quando teve o mesmo problema do voo G39171 durante a descida para a capital federal, onde o pouso ocorreu em segurança. O avião passou por manutenção durante três dias.
Um 737-800 de matrícula PR-GGK seguia de Belo Horizonte (CNF) para Shanghai (PVG), na China, com escalas, para ser convertido em cargueiro (BCF), quando a mesma indicação aconteceu, seguida por uma outra, de baixa quantidade de óleo, a 315 km da costa do Rio Grande do Norte. A aeronave foi desviada para Natal (NAT), onde ficou por quase três dias.
Um 737-800 de matrícula PR-GXH teve uma indicação de sobretemperatura no motor direito, durante a aceleração para decolagem do aeroporto Santos Dumont (SDU), no Rio de Janeiro, gerando estrondo e a emissão de faíscas. O procedimento foi abortado e o voo para Porto Alegre (POA) cancelado.
Um 737-800 de matrícula PR-GTH teve o mesmo problema de emissão de estrondo e faíscas do voo anterior, também no motor direito, durante a aceleração para decolagem no aeroporto de Congonhas (CGH), em São Paulo. A aeronave retornou ao pátio e os passageiros foram remanejados para um 737 MAX 8 (PS-GPL), que seguiu viagem para Campo Grande (CGR).
Um 737-800 de matrícula PR-GGL seguia de BSB para GRU com 178 pessoas a bordo, quando o motor esquerdo teve uma pane a cerca de 500 km de Guarulhos. O voo prosseguiu em altitude reduzida, no FL200, até o pouso, que ocorreu em segurança.
Um 737 MAX 8 de matrícula PR-XMI seguia do Rio de Janeiro (GIG) para João Pessoa (JPA), quando houve uma indicação de problema no filtro de óleo no motor esquerdo, enquanto sobrevoava o Espírito Santo. A aeronave foi desviada para Vitória (VIX) e passou, ao menos, cinco dias em solo.
Em resposta a reportagem a Gol emitiu a seguinte nota:
"Em relação aos motores das aeronaves da Companhia, cumprimos à risca o programa de manutenção preventiva recomendado pelo fabricante, aprovado e auditado pelas autoridades de aviação civil. Além disso, frequentemente adotamos medidas adicionais para alcançar os mais altos níveis de qualidade e confiabilidade.
Isso inclui o monitoramento em tempo real dos parâmetros de cada motor da frota, e a partir de qualquer tendência ou sinal de anormalidade, a aeronave fica indisponível até que o possível problema seja sanado. Nossos pilotos também passam por treinamento que simula situações indesejadas como essas.
Apesar de toda essa estrutura voltada para a prevenção, é possível que alguns eventos venham a ocorrer de tempos em tempos, o que não traz nenhum risco à segurança de voo.
Em eventos como esses, o fabricante conduz uma minuciosa investigação para buscar a causa-raiz do problema e desenvolver melhorias. Os aperfeiçoamentos são rapidamente incorporados pelos operadores, tornando o equipamento ainda mais confiável. Os resultados das análises dos últimos eventos registrados revelaram causas-raízes distintas e dissociadas entre si.
A GOL segue acompanhando e incorporando todas as recomendações do fabricante, e está continuamente em contato com a autoridade de aviação civil."
Por Marcel Cardoso
Publicado em 16/08/2023, às 15h43 - Atualizado em 17/08/2023, às 11h40
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