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Retorno das operações do 737 MAX terá aval do Brasil

A Anac é uma das agências responsáveis pela validação das mudanças de projeto do modelo


Grupo de especialistas da Anac trabalha desde abril de 2019 no processo de recertificação do 737 MAX

A recertificação do Boeing 737 MAX está sendo analisada pela Anac, que estuda a proposta que dispõe sobre a modificação de projeto de sistema de controle de voo das aeronaves divulgada pela FAA, a agência de aviação civil norte-americana.

Essa proposta trata-se de uma Diretriz de Aeronavegabilidade (AD) emitida no dia 3 de agosto e enviada para as autoridades de aviação civil de todo o mundo que trabalham na análise do projeto. O trabalho conjunto deverá emitir um parecer para validação do retorno das operações da família 737 MAX.

A Anac desde abril de 2019 faz parte do grupo de autoridades validadoras dos processos de certificação do 737 MAX, e volta das operações deste do modelo passará por validação final no Brasil, mesmo após ser homologado nos Estados Unidos. Ao todo, cerca de vinte profissionais da Anac, incluindo engenheiros e pilotos, inclusive de ensaio de voo, estão envolvidos no processo.

O objetivo da AD é demonstrar que as modificações propostas pela Boeing durante a revisão do projeto se comprovou seguro e atende aos requisitos de aeronavegabilidade. A documentação estará sob consulta pública nos Estados Unidos por 45 dias, onde especialistas diversos em engenharia aeronáutica e segurança de voo poderão apresentar analises e sugestões. Ao final do período a FAA publicará a regra final correspondente, contendo as instruções de cumprimento mandatório necessárias para o retorno seguro às operações destas aeronaves.

No Brasil a suspensão dos voos com o Boeing 737 MAX, ocorreu em março de 2019, quando ao Anac sancionou uma Diretriz de Aeronavegabilidade unilateral proibindo as operações no território nacional. Segundo a agência, na ocasião, algumas empresas aéreas já haviam voluntariamente suspendido suas operações com a aeronave.

O avião agora só poderá a voar novamente no Brasil após a revogação desta decisão pela agência, que deverá ocorrer após uma análise conjunta com FAA e a finalização do processo de validação das modificações exigidas.

Para o retorno das operações também é necessário que o processo que comprova a segurança e o cumprimento com os requisitos de Certificação de Tipo para este modelo de aeronave seja concluído, além da avaliação de aspectos operacionais e de treinamento. A Anac, antes do acidente, foi a única agência a alertar a necessidade de um treinamento adicional para o 737 MAX, o que deverá ser agora padrão em todo o mundo.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 15/08/2020, às 15h00 - Atualizado às 15h57


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