AERO Magazine
Busca

Segurança

Relatório da NTSB revela erros graves da Boeing no incidente de 2024

NTSB conclui que falhas de supervisão e treinamento da Boeing causaram incidente com 737 MAX 9 em 2024


Relatório aponta falhas sistêmicas de segurança e fiscalização no incidente com o 737 MAX 9 da Alaska Airlines - NTSB
Relatório aponta falhas sistêmicas de segurança e fiscalização no incidente com o 737 MAX 9 da Alaska Airlines - NTSB

A Boeing falhou em fornecer treinamento, orientação e supervisão adequados durante a produção do 737 MAX 9, contribuindo para o incidente com um painel de fuselagem em pleno voo em janeiro de 2024. É o que aponta o relatório da Administração Nacional de Segurança no Transporte dos Estados Unidos (NTSB) divulgado hoje (25), que também apontou deficiências no monitoramento da produção por parte da autoridade de aviação civil norte-americana (FAA, na sigla em inglês).

Segundo o NTSB, quatro parafusos essenciais não foram instalados corretamente durante a produção do 737 MAX 9. A ausência de registros sobre a remoção e reinstalação do componente, um tampão metálico que cobre uma saída de emergência não utilizada, impediu a identificação do turno responsável.

A presidente do NTSB, Jennifer Homendy, afirmou que o acidente era totalmente evitável e que falhas similares já haviam sido detectadas em auditorias internas da Boeing há mais de uma década.

O episódio resultou na abertura de uma investigação criminal pelo Departamento de Justiça dos EUA, que declarou que a Boeing não cumpriu um acordo de acusação diferida firmado em 2021, relacionado as acidentes fatais com 737 MAX em 2018 e 2019. Em resposta, o então CEO Dave Calhoun anunciou sua saída da empresa.

Embora o NTSB tenha apontado falhas graves na administração da Boeing, o novo CEO, Kelly Ortberg, foi elogiado. Mas a agência reconheceu que a companhia ainda enfrenta desafios significativos.

Após o incidente, a FAA intensificou a fiscalização das operações da Boeing e da fabricante de fuselagens Spirit AeroSystems. Desde então, a produção do 737 MAX 9 foi limitada a 38 aeronaves por mês, restrição que permanece em vigor. Por ora, a agência afirma que o limite só será revisto quando houver garantia de que os processos atendem plenamente aos padrões de segurança e qualidade.

A Boeing declarou estar implementando um aprimoramento no design do componente, de modo que o tampão da porta só possa ser fechado após a devida fixação.Além disso, afirmou ainda que está comprometida em reforçar a cultura de segurança e qualidade em todas as suas operações.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 25/06/2025, às 11h00


Mais Notícias