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China oculta dados sobre queda de Boeing 737 da China Eastern

Autoridades chinesas alegam segurança nacional para ocultar dados do acidente com Boeing 737-800 da China Eastern


Autoridades chinesas alegam segurança nacional para não divulgar relatório do acidente com Boeing 737-800 - Reprodução/Xinhua
Autoridades chinesas alegam segurança nacional para não divulgar relatório do acidente com Boeing 737-800 - Reprodução/Xinhua

As autoridades da aviação civil chinesa seguem impedindo a divulgação dos detalhes sobre o acidente com o voo MU5735 da China Eastern, ocorrido em 21 de março de 2022. A justificativa oficial é a proteção da segurança nacional.

Apesar da recuperação das caixas-pretas e da conclusão das investigações técnicas preliminares, o relatório final não foi divulgado ao público. De acordo com fontes ligadas ao processo investigativo, o motivo alegado pelas autoridades para manter os dados em sigilo é que eles conteriam informações sensíveis ligadas à segurança nacional da China.

O Boeing 737-800 realizava um voo doméstico entre Kunming e Guangzhou quando entrou em rápida descida e colidiu em uma região montanhosa da província de Guangxi. Todos os 132 ocupantes — passageiros e tripulantes — morreram no impacto.

MU5735
Queda foi registrada pelos sites de monitoramento de aeronaves, como o Flightradar 24 e mostraram descida vertical

A falta de transparência contrasta com práticas internacionais recomendadas por órgãos como a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), que preveem a publicação de relatórios de acidentes como instrumento de prevenção e aprendizado para o setor aéreo global.

Especialistas do setor têm manifestado preocupação com a ausência de dados técnicos que permitam compreender as causas do acidente. A medida também limita a responsabilização de eventuais falhas operacionais ou de projeto da aeronave envolvida.

A Boeing não se manifestou oficialmente sobre a retenção das informações, mas acompanha o caso de perto. A ausência de esclarecimentos pode alimentar especulações e prejudicar os esforços de aprimoramento da segurança aérea.

Em maio de 2022, fontes de agentes de aviação dos Estados Unidos que trabalham na investigação do acidente e em conversa ao jornal The Wall Street Journal, disseram que os dados de uma das caixas pretas teriam indicado que uma manobra intencional fez com que o Boeing 737 perdesse altitude quase que verticalmente.

Este dado é complementado pela não confirmação, até então, da detecção de qualquer problema mecânico ou do controle de tráfego por parte das autoridades chinesas. 

Por Marcel Cardoso
Publicado em 23/07/2025, às 15h09


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