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Qatar Airways cancela pedido para o Boeing 737 MAX 10 e retoma parceria com Airbus

A Qatar Airways cancelou seu pedido de 25 Boeing 737 MAX 10 devido a atrasos na certificação


Qatar Airways converteu parte do pedido no 737 MAX 8 - Boeing
Qatar Airways converteu parte do pedido no 737 MAX 8 - Boeing

A Qatar Airways cancelou oficialmente sua encomenda de 25 aeronaves Boeing 737 MAX 10, firmada em 2022. No final do ano passado a AERO Magazine já havia noticiado a possibilidade, que era avaliada pela agência Bloomberg como uma provável resposta aos atrasos na certificação do modelo.

A Qatar confirmou que a decisão foi motivada por atrasos sucessivos no processo de certificação do 737 MAX 10, cuja entrada em serviço foi adiada para o fim de 2025, comprometendo o cronograma de expansão da companhia aérea.

O cancelamento ocorre no contexto da reaproximação entre a Qatar Airways e a Airbus, após uma disputa judicial que suspendera temporariamente pedidos com a fabricante europeia. Com a retomada da encomenda de 50 unidades do A321neo, a necessidade de integrar o 737 MAX 10 à frota perdeu relevância.

Como alternativa, a empresa avalia substituir parte dos pedidos pelo modelo menor 737 MAX 8, com possível destinação a companhias parceiras como a RwandAir — na qual detém 49% de participação — e a Virgin Australia, cujo capital a Qatar pretende adquirir parcialmente.

Atualmente, a Qatar Airways possui nove aeronaves 737 MAX 8, entregues em 2023. Nenhuma está em operação direta pela companhia: seis foram arrendadas à IndiGo Airlines e três permanecem armazenadas em Doha. A frota principal da empresa é composta majoritariamente por aviões de fuselagem larga, como os modelos Airbus A350, A380 e os Boeing 777 e 787.

A decisão representa um revés para a Boeing, que já enfrenta dificuldades com a certificação e produção do 737 MAX 10. A perda de um cliente de destaque como a Qatar Airways pode impactar a competitividade da fabricante no mercado de jatos de corredor único, especialmente frente ao fortalecimento da parceria entre a companhia do Oriente Médio e a Airbus.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 27/05/2025, às 12h00


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