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Contratos bilionários

Próxima década poderá assistir entrega de mais de 3.000 novos caças

Mudanças geopolíticas e modernização de meios forçam países buscarem novos aviões de combate


Quase dez grandes concorrências militares estão em andamento no mundo, podendo gerar mais pedidos para mais de 3.000 caças.

Segundo levantamento da revista norte-americana Aviation Week, os projetos militares em andamento na Índia, Canadá, Suíça, Alemanha, Israel estão entre os mais competitivos e rentáveis do setor.

Diversos fabricantes disputam contratos bilionários, sendo que a Lockheed Martin espera entregar na próxima década aproximadamente 1.700 novos F-35 Lightning II.

Acordo nos anos 2000 com a Velezuela foi um dos maiores obtidos pelos russos 

O levantamento aponta que as concorrências na Índia estão entre as mais cobiçadas pelo setor. A força aérea indiana realizou uma série de contratos nos últimos anos, tendo inclusive escolhido o caça francês Rafale, em 2015. O pedido na ocasião prevê um total de 36 aeronaves, que serão entregues nos próximos anos. Outro programa em andamento inclui a compra de 110 caças, tendo como concorrentes os F/A-18 18 Advanced Super Hornet, Rafale,Typhoon, o MiG-35 e o Su-35. Já a marinha da Índia pretende equipar seus dois porta-aviões com 57 novos caças, mantendo na concorrência os MiG-29K, F/A-18 E/F, Rafale e uma versão embarcada do Gripen, designada como JAS 39M Sea Gripen.

Saab negocia construir fábrica do Gripen no Canadá caso modelo seja escolhido por Quebec

Outro importante programa militar envolve o Canadá, que pretende substituir seus atuais CF-18 Hornet por até 88 aviões, com possibilidade de escolha entre o F/A-18 Super Hornet e Typhoon, Gripen NG. O F-35 continua sendo uma incógnita no processo, visto que o preço final do avião é considerado elevado. Contudo, o Canadá é um dos principais parceiros do projeto Joint Strike Fighter, que deu origem ao F-35.

Quem também analisa substituir os atuais F/A-18 Hornet e F-5, é a Suíça. Embora o país seja considerado neutro, sem ambições militares ou geopolítica, Berna mantém uma política de autodefesa estruturada em um poderoso arsenal. O país estuda adquirir o Typhoon e o F/A-18 E/F Super Hornet, mas também analisa o F-35 e recentemente descartou o Gripen NG. A previsão é que 40 novas aeronaves sejam entregues até 2030.

Typhoon possuí poucas chances fora da Europa por conta do modelo que deu origem ao consórcio Eurofighter, acordo dificulta exportação do modelo para diversos países

A Finlândia também pretende renovar sua frota de caças. O país que faz fronteira com a Rússia sempre manteve certa neutralidade política e militar, mas tem se movimentado após as novas tensões entre o Ocidente e Moscou. O pequeno país escandinavo estuda adquirir o F-35, mas também mantém conversas com a Saab, Dassault e Boeing, com interesses no Gripen NG, Rafale e F/A-18 Super Hornet, respectivamente.

A Alemanha planeja adquirir até 60 novos caças, mantendo negociações para um novo lote do Typhoon, ainda que também analise um possível compra do F/A-18E. A compra do F-35 foi descartada pelo ministério da defesa alemão e diversos militares sugerem um Typhoon capaz de realizar missões de ataque eletrônico.

Veterano F-16 poderá obter novos contratos graças a seu custo inferior a rivais de geração superior

A Indonésia recentemente encomendou onze Su-35 russos e trabalha em parceria com a Coréia do Sul no programa KF-X, liderado pela Korea Aerospace Industries. Ainda assim, o país pretende adquirir mais 48 aeronaves de combate, considerando o Typhoon, Rafale, F-16 Block 72 e o Gripen C/D.

Mesmo sendo uma Cidade-Estado, Cingapura mantém um importante peso geopolítico na região. O pequeno país pretende substituir nos próximos anos seus atuais F-16, analisando como novos vetores de caça os F-35A e F-35B, este último destinado a decolagem curta e pouso vertical. Ainda assim, analisa o F-15E, F/A-18E/F, Typhoon e Rafale. Além disso, está atualizando seus F-16C/D para o padrão V, que deverá ser concluído em 2023. Os novos caças devem começar a ser entregues no final da próxima década.

Dassault negocia novos acordos para o Rafale que venceu nos Emirados Árabes e na Índia

Um contrato exclusivo para o F-35A era o esperado por Israel, mas o país planeja agora adquirir também o F-15E. Embora Jerusalém não tenha formalizado competição formal, alguns membros da Força Aérea de Israel têm feito campanha pela manutenção do F-15 no inventário e defendem a compra de novos aviões do modelo.

Os contratos militares para aviões de caça podem ganham novo impulso na próxima década, dependendo do andamento das relações políticas entre diversos países, com destaque para a guerra comercial entre Estados Unidos e China, as recentes tensões com a Rússia e entre países do Oriente Médio.

Por Santiago Oliver | Fotos: Divulgação
Publicado em 13/06/2019, às 18h00 - Atualizado às 20h11


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