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Promoções ajudam aviação reagir na alta temporada

Mesmo com alta de 8,3% na demanda situação é preocupante do lado das receitas


Num ano de poucas notícias positivas e de retração econômica, as companhias aéreas recorreram a promoções e conseguiram resultados positivos na alta temporada.

O comparativo de julho esse ano sofreu com uma base fraca de comparação, fruto da menor movimentação durante a Copa do Mundo. Ainda assim, a demanda por transporte aéreo doméstico registrou alta de 8,3% sobre o mesmo mês de 2014, enquanto a oferta, por sua vez, foi expandida em 6,1%. Com a demanda evoluindo em patamar superior ao da oferta, o fator de aproveitamento teve alta de 1,7% na comparação anual, ficando em 83,4% no mês.

O total de passageiros transportados nos voos dentro do país teve crescimento da ordem de 11,5%, totalizando 9,2 milhões de viagens. As estatísticas são referentes às operações de Avianca, Azul, Gol e Tam, integrantes da ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).

“Nesse mês, em especial, os consumidores de lazer foram receptivos aos estímulos promocionais feitos pelas companhias na primeira metade do ano, empreendidos justamente para compensar a forte queda da demanda corporativa, resultado do momento econômico complicado”, avalia o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz. “Esses incentivos, entretanto, têm um limite. Somos um setor que opera com margens apertadas e vivemos um período de custos em alta em razão da continuada valorização do dólar. Vamos continuar muito atentos com o restante da temporada”, explica.

Além das promoções, que incentivam a compra de viagens aéreas, a sazonalidade do setor é outro aspecto contribuinte para os resultados do mês. Juntamente com dezembro e janeiro, julho costuma ser um dos meses fortes da aviação por concentrar férias escolares e viagens familiares. E, nesse aspecto, a base fraca de comparação de julho de 2014 distorce os resultados presentes. Com a realização da Copa do Mundo, entre junho e julho, muitos passageiros reprogramaram as férias do meio do ano passado. Dessa forma, a demanda avançou, em média, apenas 0,5% nesses meses em relação a 2013. Na comparação com esses números achatados, o desempenho de julho de 2015 se destaca. 

As estatísticas favoráveis do mês contribuíram para melhorar os resultados acumulados dos primeiros sete meses de 2015. No período, a demanda registra alta de 4,5%, para uma oferta ampliada em 3,4%, levando o fator de ocupação a um aprimoramento de 0,9 ponto percentual, ao nível de 80,55%. Até junho a aviação doméstica acumulava crescimento de 3,8% e, até maio, de 4,2%. O total de passageiros domésticos tem alta de 4,5%, somando 56,3 milhões de viagens.

No mercado internacional, onde as companhias brasileiras respondem por aproximadamente 30% do fluxo de passageiros, as estatísticas de julho foram mais significativas. “Esse é um segmento mais sensível a preços, uma vez que a proporção de viajantes a lazer costuma ser maior na comparação com o doméstico. O resultado dos estímulos é, então, mais efetivo e perceptível nesse caso”, analisa o consultor técnico da ABEAR, Maurício Emboaba. “Além disso, é um segmento que tem tido um aumento natural das estatísticas pela entrada de companhias que não operavam voos internacionais a esta altura no ano passado”.

A demanda por viagens internacionais cresceu 22,1% em julho de 2015 sobre o mesmo mês do ano passado. A oferta foi ampliada em um patamar ligeiramente superior, 25,4%. A diferença de ritmos levou ao sacrifício de 2,2% do fator de aproveitamento, que baixou para 82,9%. O total de passageiros transportados nos voos internacionais avançou em linha com os demais indicadores, crescendo 23,6%, somando aproximadamente 705 mil viagens.

Em julho, o mercado internacional foi liderado pela Tam, com 76,92% de participação. Gol, com 14,72%, e Azul, com 8,32%, aparecem a seguir. A Avianca teve participação inferior a 1%.

Redação
Publicado em 03/09/2015, às 11h00 - Atualizado às 11h49


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