Busca por menor dependência dos EUA e atritos diplomáticos redefinem aquisição do F-35 por Portugal e Canadá
Portugal e Canadá estão reconsiderando suas aquisições do caça F-35 Lightning II da Lockheed Martin, refletindo mudanças estratégicas em suas políticas de defesa, incluindo decisões diplomáticas adotadas pelo governo de Donald Trump desde o início do seu mandato.
O governo de Portugal decidiu cancelar a compra dos caças F-35A, avaliada em 5,5 bilhões de euros. O ministro da Defesa, Nuno Melo, expressou preocupação com a dependência operacional e de manutenção dos Estados Unidos.
Como alternativa, o Governo de Portugal poderá avaliar caças europeus para substituir sua frota de F-16AM/BM Fighting Falcon, incluindo o Eurofighter Typhoon da Airbus, o Gripen da Saab e o Rafale da Dassault. A decisão final dependerá do próximo governo, uma vez que a atual administração enfrenta um período de transição após a renúncia do primeiro-ministro.
O Canadá, por sua vez, também está revendo sua aquisição de 88 caças F-35, estimada em US$ 14,2 bilhões de dólares. O primeiro-ministro Mark Carney justificou a decisão citando mudanças no cenário geopolítico, bem como a necessidade de fortalecer a produção de defesa nacional.
No mesmo caminho de Portugal, o Canadá também poderá avaliar alternativas europeias, incluindo o Super Rafale da Dassault, com possibilidade de montagem no próprio país. A revisão ocorre em meio a relações políticas e comerciais conturbadas com os Estados Unidos desde a presidência de Donald Trump.
Enquanto Portugal e Canadá avaliam aeronaves europeias, outros países, como a República Tcheca, mantêm seus planos de adquirir o F-35, destacando a complexidade das decisões de defesa, principalmente por envolver decisões diplomáticas.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 19/03/2025, às 14h50
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