A 10ª edição da principal feira de aeronaves de negócios da América Latina reúne pelo menos 200 empresas e expõe mais de 70 jatos, turbo-hélices e aviões a pistão no aeroporto de Congonhas, em São Paulo
A cidade de São Paulo recebe pela décima vez a segunda maior feira de aviação executiva do mundo, a Latin America Business Aviation Conference & Exhibition. Neste ano, pelo menos 200 empresas participam da Labace e a exposição estática conta com mais de 70 aeronaves, incluindo jatos, turbo-hélices e monomotores a pistão. O evento acontece mais uma vez no aeroporto de Congonhas.
Essa 10ª edição também marca o lançamento do novo Anuário Brasileiro de Aviação Geral, um documento preparado pela Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), organizadora da feira. Como a aviação comercial atende a cerca de 130 dos 5.500 municípios existentes no Brasil, as demais conexões por via aérea são feitas em mais de 3.000 aeródromos por meio da aviação geral. Segundo o documento, metade dos jatos em operação no país está na categoria para alcance de até 4.250 km (2.300 nm), para principais missões no Brasil e na América Latina, e cerca de 90 aeronaves pertencem às categorias super midsize, long range e ultra long range, o que não ocorria há cinco anos, demonstrando um aumento substancial de voos transoceânicos, especialmente para os Estados Unidos e a Europa.
A Embraer contabiliza uma frota de 4.579 aeronaves executivas na América Latina, sendo 2.188 jatos e 2.391 turbo-hélices. O México é o país com maior número de jatos, são 800 no total, seguido pelo Brasil, com 772. Da frota brasileira atual, 46% dos jatos tem mais de 10 anos, 18% apresentam entre 6 e 10 anos e 36% possuem menos de 5 anos. No México, quase 80% da frota tem mais de 10 anos. “Nos últimos três anos, foram entregues 164 novos jatos no Brasil, o país que mais recebeu esse tipo de avião depois dos Estados Unidos. Já o México recebeu 42 jatos, o que nos leva a crer que a frota brasileira deve superar a mexicana em breve”, diz Marco Tulio Pellegrini, da Embraer. Para os próximos 10 anos, o fabricante brasileiro estima a entrega de 860 novos jatos na região, que somariam US$ 15 bilhões em vendas. Seriam 150 a 170 novos jatos no México (US$ 3.5 bilhões), 20 a 30 jatos na América Central (US$ 0,61 bilhão), 490 a 530 no Brasil (US$ 8.4 bilhões) e 110 a 130 nos demais países da América do Sul (US$ 2.4 bilhões).
No mercado de helicópteros, a frota de modelos a turbina aumentou em 55%, sendo a região Sudeste responsável por grande participação. Tal fato deve-se ao aumento substancial do tráfego urbano e preocupações com segurança. Ainda durante a Labace 2013, acontece a 5ª conferência anual da Business Aviation in Latin America (BALA), com o tema “Uma Visão do Futuro”. Após o sucesso dos eventos anteriores, a BALA analisa os mais recentes desenvolvimentos no setor da aviação executiva, assim como os novos desafios e oportunidades de negócios no futuro. Veja abaixo os destaques da Labace 2013.
Global 6000
A Bombardier expõe na Labace 2013 três jatos, um Challenger 300, um Challenger 605 e um Global 6000. Além disso, apresenta seu novo representante no Brasil, a Líder Aviação (leia mais no box ao lado). “Devemos fechar este ano com 190 entregas e já possuímos mais de 3.500 aviões executivos voando em todo o mundo”, contabiliza Fábio Rebello, vice-presidente regional de Vendas para América Latina da Bombardier. “Desses jatos, 124 operam no Brasil, sendo 108 Learjet, 10 Challenger e 6 Global”.
A Bombardier anunciou recentemente o Challenger 350, sucessor do aclamado Challenger 300. Os lançamentos do fabricante canadense incluem, ainda, o Learjet 85, o Global 7000 e o Global 8000. Os Learjet 70 e 75 são modelos mais recentes dos bem-sucedidos Learjet 40 e Learjet 45. Para Fabio Rebello, a Labace é um excelente local para se reunir com clientes atuais e potenciais e mostrar seus produtos. “O mercado brasileiro é altamente sofisticado”, acredita o executivo. “Há entre os clientes de aviões executivos do país um conhecimento acumulado ao longo dos anos, além de características geográficas importantes, como as distâncias entre os centros de negócios e a posição do país em relação à Europa e à América do Norte, o que obriga os operadores a planejar com antecedência seus voos e avaliar como chegar aos seus destinos da forma mais eficiente com a aeronave executiva mais apropriada para a missão”.
Os clientes da Bombardier são companhias ou altos executivos que necessitam viajar para áreas remotas ou fazer voos sem escalas entre origem e destino. Dependendo da missão – voos de curta, média ou longa distância – os operadores encontram opções nas três famílias de jatos executivos da marca: Learjet, Challenger e Global, respectivamente. “O Learjet é um jato executivo para dentro do Brasil, o Challenger, um avião regional, e o Global, um jato intercontinental”.
NOVO REPRESENTANTE NO BRASILA Bombardier chega para a Labace deste ano com novo representante no Brasil, a Líder Aviação. Depois de alguns meses de suspense, as companhias oficializaram a parceria em julho último. “A Líder Aviação foi a primeira empresa a trazer um Learjet para o Brasil, em 1968”, lembra Eduardo Vaz, presidente da Líder Aviação, que já vendeu mais de 800 aeronaves no país, em 54 anos de existência, e representa atualmente os aviões a pistão e turbo-hélices da Beechcraft Corporation. De acordo com Philipe Figueiredo, diretor de Vendas da Líder Aviação, a empresa terá equipes dedicadas aos jatos Bombardier, que integram as linhas Learjet, Challenger e Global. “São duas marcas complementares, que fazem com que a Líder tenha hoje o mais largo portfólio de aeronaves executivas do Brasil, com 18 opções de modelos”, diz o Figueiredo. “Queremos aproveitar o calor da novidade para incrementar as vendas dos produtos Bombardier. Nosso departamento terminará este ano com investimentos de US$ 4 milhões e receberá, nos anos seguintes, cerca de US$ 2 milhões”. A intenção da empresa brasileira é oferecer aos clientes do fabricante canadense sua estrutura em 23 aeroportos no país, com 21 hangares e 19 bases de atendimento aeroportuário, para oferecer o suporte pós-venda. |
O grande homem de negócios, dono de uma companhia, que necessita chegar rápida e confortavelmente a países distantes, sobretudo para a América do Norte e Europa Ocidental, dentro de um cronograma impossível para a aviação comercial. Esse é o perfil de quem compra um jato executivo Dassault Falcon na visão de Rodrigo Pesoa, diretor de Vendas para América Latina da companhia.
Para a Labace 2013, além do Falcon 7X (US$ 50,5 milhões), líder na categoria ultra long range no Brasil, o tradicional fabricante francês exibirá pela primeira vez o novo Falcon 2000S (US$ 26,5 milhões), equipado com o premiado interior projetado exclusivamente para os Falcon pelo BMW Designworks USA, do Grupo BMW.
Falcon 7X
Há mais de 2.000 jatos Falcon voando atualmente em 88 países. Deles, cerca de 50 operam no Brasil, sendo a família Falcon 2000 a mais numerosa, seguida pelo Falcon 7X, com a família Falcon 900 (US$ 40 milhões o modelo LX) ficando em terceiro lugar. A Dassault Falcon já entregou duas aeronaves no Brasil em 2013, e mais cinco deverão ser entregues ainda este ano; deles alguns serão dos modelos mais novos, o Falcon 2000S e o Falcon 2000 LXS (US$ 31,5 milhões), os quais já têm entregas previstas para 2014.
Tanto o novo Falcon 2000S quanto o Falcon 2000LXS possuem full slats, que melhoram a performance de pista em cerca de 20%. Outras melhorias recentes disponíveis para toda a frota são a FalconCabin HD+, com a qual o passageiro pode controlar todos os recursos da cabine com o iPad incluído e o novo flight deck EASy II, a segunda geração do sistema de aviônicos exclusivo da Dassault, que agora incorpora a mais recente tecnologia atendendo aos requisitos da EASA/FAA, como CPDLC.
“Como em todos os jatos Falcon, suas vantagens são um excelente desempenho em pista e baixos custos operacionais, mesmo quando comparados com aeronaves de menor porte”, afirma Rodrigo Pesoa. A Dassault Falcon Jet (DFJ) espera bons resultados na Labace 2013, por acreditar que há mais clientes que procuram aviões no seu segmento. O mercado brasileiro é hoje um dos mais importantes para a empresa francesa, e espera que se mantenha em constante crescimento. Um sinal dessa confiança no mercado brasileiro foi a abertura – em 2009 – do Service Center em Sorocaba, no interior de São Paulo, que é o primeiro de propriedade da DFJ fora dos Estados Unidos e Europa, para toda a família Falcon.
Para a Dassault, aeroportos como o de Sorocaba podem ser uma solução para o tráfego de aeronaves executivas durante a Copa do Mundo de 2014. A empresa considera que o Brasil ainda não conta com uma infraestrutura para a aviação executiva, mesmo em grandes cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro, e que o tempo que resta para o início do evento não é suficiente para qualquer grande solução. “A saída seria criar opções que não envolvam grandes investimentos e que possam ser realizados rapidamente, como abrir aeroporto pequenos ao tráfego internacional em cidades próximas às sedes da Copa do Mundo, como Sorocaba”, acredita Rodrigo Pesoa.
G280
A Gulfstream apresenta oficialmente ao mercado latino-americano durante a Labace 2013 seus novos jatos, o G650 e o G280, que voaram pela primeira vez em 2012. O fabricante também comemora o 10º aniversário do G550 e o 55º aniversário do turbo-hélice Gulfstream I, o avião que deu início a tudo, em 14 de agosto de 1958.
Além desses dois aviões, participam da exposição os modelos G150, G450 e G550 – a frota completa – com preços que vão dos US$ 15,9 milhões do G150 até os US$ 64,5 milhões do G650. De acordo com Roger Sperry, vice-presidente regional sênior de Vendas Internacionais da Gulfstream, a frota mundial de jatos da marca é de 2.150 aeronaves. “O número de jatos Gulfstream praticamente dobrou na América Latina nos últimos seis anos, com significativo crescimento em 2012, passando de 149 aeronaves em 2011 para 165 em 2012 e 176 ou mais em 2013”. No Brasil operam 39 jatos Gulfstream, principalmente os da série GIV de cabine grande e os de longo alcance e os da série GV com ultralongo alcance, e a frota continuará crescendo.
Sperry diz que os clientes da Gulfstream no Brasil, assim como em todos os países, são particulares e empresas públicas e privadas que usam o avião para viajar por todo o mundo. “Os clientes usam seus aviões particulares para maximizar o tempo, aumentar a produtividade e expandir mercados fora de seus respectivos continentes”, resume o executivo.
G650
O G650, que tem encomendas até a segunda metade de 2017, pode voar mais rápido e mais longe do que qualquer outro jato executivo homologado, tornando-o ideal para o mercado latino-americano. Segundo a Gulfstream, ele pode voar de São Paulo até Londres a Mach 0.90. Já o G280 é o jato executivo da classe super midsize mais econômico e ecoeficiente, podendo conectar facilmente São Paulo a Dacar. “Como sempre, aproveitamos a oportunidade oferecida pela Labace para demonstrar as capacidades dos nossos aviões a atuais e potenciais clientes”, explica Roger Sperry. “E neste ano temos toda nossa frota em exposição no Brasil”.
O fabricante brasileiro chega à Labace com bons resultados de vendas no primeiro trimestre de 2013. “Pela primeira vez entregamos mais aeronaves executivas do que a Cessna, foram 29 nossas contra 20 deles”, compara Marco Tulio Pellegrini, vice-presidente de Operações e CCO da Embraer Aviação Executiva. A empresa vai mostrar pela primeira vez na feira um Legacy 500, juntamente com um Lineage 1000, um Legacy 650, um Phenom 300 e um Phenom 100, além de um mock-up do Legacy 450.
Protótipos do Legacy 500
Os três protótipos do Legacy 500 já concluíram 45% da campanha de testes em voo enquanto o Legacy 450 deve realizar seu primeiro voo antes do fim do ano. Os novos jatos da Embraer devem entrar em operação em 2014 e 2015, respectivamente. A empresa também começou a entregar os jatos Phenom 300 para a NetJets, que tem um pedido para 50 unidades deste modelo com opção para outras 75. Mais de 400 jatos da família Phenom já estão em operação, o que significa uma média de 100 unidades por ano desde o início mais consistente das entregas, em 2008. Outra novidade da Embraer é a inauguração, ainda este ano, provavelmente em outubro, do seu centro de serviços no aeroporto de Sorocaba, que recebeu investimento de US$ 25 milhões e oferecerá manutenção e reparo (MRO), hangaragem e FBO para operadores da aviação executiva. Fora do Brasil, a unidade de Melbourne, nos Estados Unidos, recebeu US$ 50 milhões de investimentos, e oferece um centro de atendimento ao cliente para todos os seus modelos. Na China, a entrega do primeiro Leacy 650 produzido lá deve acontecer até o fim deste ano.
Estão voando na América Latina cerca de 150 jatos executivos Embraer, sendo pouco mais de 130 deles no Brasil, incluindo todos os modelos homologados da marca. A frota de jatos do Brasil é de cerca de 770 unidades, segundo o fabricante de São José dos Campos, que comemora também uma participação de 38% no mercado nacional no que diz respeito aos 42 jatos entregues no país em 2012. “Fomos a empresa que mais entregou jatos no Brasil no ano passado, à frente da Cessna com 33% das entregas, da Dassault com 17%, da Gulfstream com 7% e da Bombardier com 3%”, revela Pellegrini. “Já treinamos em nosso centro em parceria com a CAE, em São Paulo, cerca de 230 pilotos desde agosto do ano passado, em português”. Ainda na área de atualização, desde junho deste ano a FlightSafety International oferece treinamento no novo simulador de Nível D do Legacy 650.
O núcleo de aviação executiva da Embraer atingiu sua maturidade em 2013 e espera crescer ainda mais. A meta da empresa é entregar 105 a 120 jatos privativos a cada ano, o que significaria 25 a 30 modelos de grande porte e 85 a 90 de pequeno porte, o que representaria 25% da receita do grupo. “Temos um backlog em torno de US$ 3 bilhões com previsão de 6 a 12 meses para entregar um Phenom, conforme a configuração. O mais importante é que conquistamos participação de mercado em um período de crise econômica”.
Hawker 400XPR
A Beechcraft vê um grande interesse no programa de modernização Hawker 400XPR no Brasil e outros países da América do Sul. A empresa oferece os novos pacotes customizados do upgrade XPR para os atuais proprietários de aeronaves Hawker/Beech 400, assim como aviões XPR completos, para quem ainda não possui esse jato.
Tanto o upgrade XPR quanto o avião completo de fábrica oferecem melhorias no desempenho, custo e confiabilidade, que são fornecidos apenas pela companhia. A América do Sul possui o segundo maior número de aeronaves da série 400 fora dos Estados Unidos, com cerca de 60 jatos. “O desempenho do novo Hawker 400XPR, especialmente na operação nos aeroportos localizados a grande altitude e com altas temperaturas, frequentemente encontrados na América do Sul, é incomparável”, destaca Marcos Nogueira, diretor de Vendas da Beechcraft para América Latina.
O preço do pacote de modernização 400XPR, que é de US$ 2,8 milhões, inclui winglets Hawker originais, motores Williams International FJ44-4A-32 e aviônica Pro Line 21. Os programas de aviões completos de fábrica (avião + upgrade) varia entre US$ 4 milhões e US$ 5,5 milhões.
A Cessna expõe na Labace 2013 um Citation Mustang, um CJ4 e um XLS+, além do mock-up do Citation Latitude, que, junto com o Citation Longitude, é um dos mais recentes projetos do fabricante norte-americano. A aeronave é a resposta da Cessna ao mercado de jatos executivos de nova geração. Este jato da categoria midsize se caracteriza pela cabine mais espaçosa, com piso plano, 6,40 m de comprimento, 1,95 m de largura e 1,80 m de altura. O Latitude poderá transportar até nove passageiros a uma distância de 4.630 km, cruzando a 13.100 m (45.000 pés). Outras novidades da Cessna são o jato leve M2, que deve substituir o Mustang, e o Citation X, que deve atingir Mach 0.93 de velocidade.
De acordo com Leonardo Fiuza, diretor comercial da TAM Aviação Executiva, representante da Cessna no Brasil, o ano de 2013 tem revelado novos mercados para a aviação executiva, com clientes que estão comprando a sua primeira aeronave. “A Cessna deve fechar o ano com cerca de 50 aeronaves, principalmente os modelos Citation CJ2, CJ3, CJ 4 e XLS+”, diz o executivo, que enxerga uma reação importante no mercado norte-americano.
PC-24
A Pilatus, tradicional fabricante de aeronaves turbo-hélice, apresenta na Labace 2013 seu primeiro jato executivo, o PC-24, anunciado este ano. De acordo com o fabricante suíço, o avião tem tudo para “revolucionar” o mercado nacional. Algumas características sugerem que o novo jato, de fato, tende a ter boa aceitação no Brasil. A previsão é a de que ele poderá operar em pistas de até 820 metros. Além disso, terá grande porta de carga, similar à do PC-12, e a maior cabine da categoria, com alcance capaz de voar de São Paulo a Manaus sem escalas com baixo custo operacional. Sem contar a qualidade suíça de projeto e fabricação. O mock-up da aeronave não veio ao Brasil, mas um modelo em escala pode ser apreciado pelos visitantes da feira. O avião, que terá como concorrentes o Embraer Pheom 300 e o Cessna Citation CJ4, foi apresentado ao público na Ebace 2013, realizada na Suíça em maio último, e tem seu primeiro voo panejado para o final de 2014, com a entrada em serviço prevista para 2017. O preço da aeronave será de US$ 9 milhões. Distribuem Pilatus no Brasil a Premier e a Synerjet.
ACJ 321
Depois de dois anos, o Airbus ACJ318 não participa da Labace, mas os executivos do consórcio europeu vêm ao Brasil. O fabricante já vendeu mais de 170 jatos corporativos em todos os continentes, inclusive na Antártida – em partes quase iguais – para empresas, particulares e governos, como a presidência do Brasil. No ano de 2012, foram entregues nove Airbus Corporate Jets e ainda há vários para serem entregues neste ano. Os ACJ possuem a cabine de passageiros mais larga e alta entre os jatos executivos enquanto mantém, pelo menos no caso do ACJ318, comprimento e envergadura semelhantes aos de um jato executivo tradicional. Mas o fabricante oferece aeronaves widebody, como os ACJ330 e ACJ340, que, além de transportar mais passageiros, podem voar sem escalas a qualquer lugar do mundo. A Airbus continua oferecendo novos modelos, como o ACJ318 Enhanced, que conta com novos opcionais e torna muitos dos atuais opcionais em equipamentos padrão. O ACJ318 tem preço de lista de US$ 72 milhões, o ACJ319 custa US$ 87 milhões e o ACJ320, US$ 95 milhões, todos eles equipados com cabine VIP.
BBJ
Os Boeing Business Jets possuem quase três vezes o espaço da cabine dos jatos executivos tradicionais. As aeronaves também oferecem menor altitude de cabine, permitindo que os passageiros cheguem mais descansados ao destino.
Durante a Labace 2013, a Boeing destaca as vantagens do novo BBJ MAX, a fim de continuar a manter o domínio no mercado dos jatos executivos de cabine grande e ultralongo alcance. O BBJ MAX é o mais novo modelo da família e o seu primeiro membro será o BBJ MAX 8, baseado no 737 MAX 8, que contará com a eficiência dos novos motores LEAP-1B da CFM International e as novas winglets de tecnologia avançada da Boeing. O fabricante também planeja desenvolver o BBJ MAX 9, baseado no 737 MAX 9.
Até hoje foram feitas 208 encomendas de versões BBJ, incluindo modelos 737 (9), BBJ (156, preço unitário US$ 57 milhões), 757 (5, US$ 74 milhões), 767 (8, US$ 170,6 milhões), 777 (6, US$ 253,8 milhões a US$ 305,2 milhões), 787 (12, de US$ 200 milhões a US$ 233 milhões), 747-400 (3) e 747-8 (9, US$ 330,3 milhões). Destes, 187 já foram entregues, entre eles um BBJ (baseado no 737-700) vendido no Brasil.
Meridian
A JP Martins, representante da Piper no Brasil, atende a vários segmentos, com destaque ao agronegócio, comércio e indústria. O Meridian, que está exposto na Labace 2013, é um monomor turbo-hélice que está homologado para pousar em qualquer tipo de pista, inclusive as não pavimentadas. É a aeronave ideal tanto para uso profissional como pessoal, segundo a Piper. “Ele foi projetado para atender aos clientes mais exigentes que buscam excelente performance, altos níveis de conforto e sofisticação e o melhor custo/benefício”, diz Paulo Roberto Martins, presidente da JP Martins.
“A Labace é hoje considerada uma das mais importantes exposições da aviação geral no mundo. Nessas ocasiões é preciso lembrar que esse setor é responsável pelo desenvolvimento do Brasil e que, por isso, esperamos ter uma atenção especial de nossas autoridades aeronáuticas no sentido de fortalecer, ajudar seu desenvolvimento, e não só ter mediadas que atrapalham o operador. Nossos governantes esquecem que a aviação geral é quem está substituindo hoje o Correio Aéreo Nacional, que sempre fez a interligação com as áreas mais remotas do Brasil”, lamenta o presidente da JP Martins.
King Air 350ER
No Brasil, o agronegócio é muito forte e grande parte dos clientes da Beechcraft está envolvida nesse mercado. É o que afirma Marcos Nogueira, diretor de Vendas da Beechcraft para América Latina. “Os produtos Beechcraft proporcionam uma maneira muito eficiente, confiável e confortável de viajar, podendo operar tanto nos grandes aeroportos que exigem a mais moderna aviônica, quanto nas pistas curtas e não pavimentadas, frequentemente encontradas na América Latina”, diz o executivo.
Este é o primeiro ano em que a empresa se apresenta como Beechcraft Corporation. Terá um novo chalé e nele será apresentada a nova marca, fruto de uma reestruturação da empresa. Nogueira afirma que o Brasil foi e continua a ser um mercado muito importante para a Beechcraft, representando a metade de todas as vendas realizadas na América Latina. Junto com a Líder Aviação, representante da marca no país, o fabricante norte-americano vendeu mais de 250 aviões a clientes brasileiros nos últimos oito anos e a sua cota de mercado no setor dos turbo-hélices executivos é de 71%. Os 420 King Air baseados no Brasil representam 42% da presença da Beechcraft na América Latina.
A marca coloca em exposição na Labace toda a sua linha de produtos comerciais, incluindo o demonstrador de missões especiais King Air 350ER, além de aeronaves King Air 350i, King Air 250 e King Air C90GTx. “Os preços desses quatro últimos aviões com equipamento padrão são de US$ 8.353.100, US$ 7.312.700, US$ 6.015.500 e US$ 3.834.000, respectivamente”, informa o executivo.
TBM 850
A Algar Aviation atua no mercado desde 1976 oferecendo soluções completas em aviação executiva, tais como serviços de manutenção e fretamento, compra e venda de aeronaves. A empresa faz parte do Grupo Algar, que atua nacionalmente nos setores de TI/Telecom, Agro, Serviços e Turismo.
Algar Aviation é distribuidora exclusiva dos turbo-hélices mais rápidos do mundo, que participam da Labace 2013: o monomotor francês Daher-Socata TBM 850, que custa em média US$ 3,9 milhões nacionalizado e o bimotor P180 Avanti II da italiana Piaggio Aero, cujo preço médio, também nacionalizado, é US$ 9 milhões, prestando também assessoria completa na compra ou venda de aeronaves usadas. “Quem compra essas aeronaves são geralmente empresários que precisam otimizar o tempo nos seus negócios. Empresários ligados ao agronegócio, grandes empresas e governo. As operações no Brasil variam entre o agronegócio e as grandes cidades”, declara Rogério Moltalvão, diretor superintendente da Algar Aviation.
Atualmente há aproximadamente 670 TBM 850 e 230 Piaggio Avanti voando no mundo e, destes, 18 e 2, respectivamente, operando no Brasil. Além disso, para este ano está prevista a venda de dois TBM 850 Elite e um P180 Avanti II. Rogério Moltalvão está otimista com a Labace: “O evento tem sido de grande contribuição para nossas vendas e exposição de marca”.
Grand Caravan
A FAA outorgou este ano a certificação ao Grand Caravan EX, a mais recente versão do monomotor turbo-hélice da Cessna, equipado com um motor P&WC PT6A-140. O Cessna Grand Caravan EX foi projetado para missões difíceis com alta carga paga e em pistas curtas e não preparadas. Com a agilidade de uma aeronave muito menor, o EX pode decolar em menos de 425 m a subir a 385 m/min, cruzar a 340 km/h com um alcance de 1.540 km. Ele é um dos assuntos na Labace 2013 quando se fala do mercado de turbo-hélices.
PC-12
Neste ano, na Labace 2013, o fabricante suíço tem um estande único para divulgar seus dois turbo-hélices, o PC-6 Turbo Porter, distribuído no Brasil pela Premier, e o PC-12, cuja distribuição está a cargo da Synerjet. No que se refere ao Pilatus PC-6 Turbo Porter, exposto na Labace 2012, David Worcman, diretor comercial da Premier, lembra que há mais de 1.000 dessas aeronaves voando no mundo. Para ele, o cenário econômico brasileiro está muito difícil com uma redução substancial do PIB nos últimos anos e também com o aumento do dólar. “Este é um ano difícil e temos que considerar que a lição de casa ficou incompleta, ou seja, o Brasil investiu em consumo e muito pouco em infraestrutura”, diz David Worman. “Deveríamos ter infraestrutura aeroportuária devidamente operacional e dimensionada, capacitação técnica para pilotos, controladores de voo, mecânicos e pistas que comportem o crescimento nacional, além de haver uma redução substancial dos impostos relacionados a aeronaves e peças”.
De acordo com José Eduardo Brandão, diretor geral da Synerjet, distribuidora no Brasil do Pilatus PC-12, o mercado dessa aeronave é basicamente composto por clientes relacionados ao agronegócio e empresas construtoras. Hoje, há 32 PC-12 voando no país.
Considerando todos os modelos do PC-12, atualmente há 1.400 aeronaves voando em todo o mundo. “Sem dúvida, o PC-12 é um produto best-seller e um case na indústria aeronáutica, a produção para 2013 é de aproximadamente 70 aeronaves, cinco das quais poderão vir para o Brasil”, afirma Brandão.
Para a Pilatus, o Brasil sempre será um importante mercado para qualquer fabricante, mas a atual situação econômica não ajuda as vendas, especialmente as do PC-12, pois os pequenos jatos e os turbo-hélices são os mais afetados pelas condições do mercado.
Corvalis TTx
A Cessna traz para o Brasil seu novos Corvalis TTx e Turbo Skylane JT-A, este movido a querosene de aviação. Com segurança e desempenho superiores, cada centímetro do TTx foi meticulosamente refinado para obter uma pureza aerodinâmica que contribui para sua pilotagem semelhante à de um jato. Fabricado em compósitos, o TTx é uma aeronave de alto desempenho. Dispõe de oxigênio a bordo, tanque de combustível com capacidade para 395 litros, aviônica com touch screen e rádios por satélite. O TTx é um monomotor com velocidade máxima de cruzeiro de 435 km/h, líder na sua classe.
Segundo a Cessna, o Turbo Skylane JT-A tem taxa baixa de consumo de combustível e custos reduzidos de manutenção. Com disponibilidade mundial de combustível JET 1, um motor mais silencioso e aviônica avançada, o Turbo Skylane JT-A é uma opção atraente para o piloto de avião a pistão. O novo motor SR305-230E-C1 com potência de 170 kW (227 hp) também lhe proporciona maior alcance ou maior carga paga, aumentando seu desempenho sem sacrificar a eficiência.
As aeronaves Vulcanair são representadas no Brasil pela Linford Aviation. Essa família de aviões italianos está composta pelos bimotores a pistão P68C, P68 Observer e o seu mais recente lançamento, o P68R, além do turbo-hélice A-Viator.
De acordo com João Moutinho, presidente da Linford Aviation, hoje há cerca de 500 aviões Vulcanair voando no mundo, principalmente como aviões particulares e táxis-aéreos. Na Labace 2013, a empresa expõe o P68R, que é considerado uma nova alternativa para os aviões bimotores leves, sendo seus principais concorrentes o Piper Seneca V e o Beech G58 Baron.
O P68R é uma aeronave totalmente metálica, de asa alta e trem de pouso retrátil, equipada com dois motores Lycoming IO-360-A1B6 de 149 kW (200 hp) cada que acionam hélices Hartzell de velocidade constante.
Uma característica importante do P68R é a sua autonomia de 10 horas, graças ao seu baixo consumo de aproximadamente 70 litros/h. Este avião, assim como os outros modelos da série P68, tem características marcantes e flexibilidade em sua pilotagem, principalmente em baixas velocidades ou no pouco provável caso de falha de um motor. A grande área envidraçada da cabine é uma grande melhora na capacidade situacional do piloto.
A Vulcanaier assegura suporte ao produto a nível mundial, seja diretamente, ou por meio da sua rede de distribuidores. Manutenção e reparos podem ser realizados no Centro de Serviços Vulcanair ou em centros autorizados mundialmente.
Bonanza G36
O Brasil conta atualmente com cerca de 1.000 aviões com motor a pistão Baron G58 e Bonanza G36, informa Marcos Nogueira, diretor de Vendas da Beechcraft para América Latina. Ambas as aeronaves, cujos preços com equipamentos padrão são de US$ 1.373.900 e US$ 765.900, respectivamente, estão expostas no estande da Líder Aviação, parceira da Beechcraft Corporation no Brasil.
O Baron G58 é um sucesso de vendas graças à ótima combinação de fatores como robustez estrutural, muita potência disponível nos dois motores Continental de 300 hp, manutenção simples e barata, acabamento refinado e ótima flexibilidade para pousar e decolar em pistas curtas. Além disso, disponibiliza o moderno sistema de navegação EFIS (Electronic Flight Instrument System), composto pelas telas PFD (primária) e MFD (multifuncional).
Já o monomotor Bonanza G36 é rápido, espaçoso e confortável. Ele pode transportar quatro passageiros a uma distância de 1.200 km a uma velocidade máxima de cruzeiro de 320 km/h.
Seneca V
A Piper expõe na Labace um Seneca V, equipado com eletrônicos Garmin G1000 com três telas de 10 polegadas cada, sendo duas PFD e uma MFD. Segundo o fabricante, é o único bimotor de sua categoria com essa configuração e, além disso, ainda tem como standby o Aspen EFD-1000. “É realmente o melhor e mais sofisticado painel de eletrônicos disponível para essa categoria de aeronave. O que é standby no seu painel está sendo utilizado na modernização do painel principal em vários turbo-hélices. Além disso, o Seneca V é o único que tem seu teto de serviço monomotor de 5.000 m (16.500 pés), comprovadamente mais que o dobro do seu concorrente, dando a certeza de que você chegará ao seu destino, além de ter o menor custo de aquisição e operacional da categoria”, afirma Paulo Martins, presidente da JP Martins, que espera fechar 2013 com a entrega de 30 aeronaves.
Hoje há cerca de 150.000 aviões Piper voando em todo o mundo. No Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) há 3.861 aeronaves: 1.523 fabricadas pela Piper e 2.338 produzidos sob a licença da Embraer, sendo o Seneca o mais utilizado.
SR22
O perfil dos operadores de aviões Cirrus varia. São empresários que prestam serviços, redes de supermercado, profissionais liberais e empresários do agronegócio que se deslocam 300 a 700 km. O fabricante garante que seu avião cumpre sua missão com um custo operacional comparável ao de um carro, mas com a possibilidade de desenvolver os negócios com mais agilidade e, consequentemente, menores despesas.
Na Labace 2013 a Cirrus apresenta o SR22 Grand, modelo desenvolvido especialmente para o Brasil e motivo de uma parceria com a Chrysler, que lançou uma série limitada do Grand Cherokee Cirrus. O carro também participa do evento, juntamente com o SR20 Compass.
Hoje, cerca de 6.000 aeronaves Cirrus voam em todo o mundo. A marca detém 92% do mercado mundial na sua categoria e, na última década, seu monomotor a pistão tem sido o mais vendido do planeta. Durante os oito anos em que a Cirrus se encontra instalada no Brasil, 350 aviões já foram importados. Deles, 90% são da versão SR22 e 10% da SR20. Em 2013, a Cirrus vai produzir cerca de 330 aeronaves e, certamente, 10% desse número será entregue no Brasil.
O SR22 Grand 2013 tem um peso máximo de decolagem superior ao dos modelos dos anos anteriores e pode levar cinco passageiros, bagagem e combustível suficiente para uma autonomia de 7 horas ou um alcance de 2.000 km.
No Brasil, nacionalizados e registrados em nome do novo proprietário, o SR20 Compass sai por cerca de US$ 500.000, o SR22 Compass por US$ 700.000, o SR22 Grand por menos de US$ 800.000 e o top de linha do fabricante, o SR22 GTS, por US$ 838.000.
AW169
A frota mundial de helicópteros AgustaWestland excede as 4.500 unidades, sendo que dos modelos AW109 somam mais de 1.000 aeronaves. Hoje, no Brasil, há cerca de 200 helicópteros da marca, e os da família AW109 representam 70% desse total. No ano de 2013 serão entregues 20 unidades.
A novidade é que em 2014 chegarão dois novos modelos do fabricante italiano, o AW169 (até 10 passageiros) para o mercado corporativo e o AW189 (até 18 passageiros) para o setor de óleo e gas. Hoje a AW é a única empresa na indústria de helicópteros que está desenvolvendo cinco produtos simultaneamente.
No seu estande na Labace 2013 o público pode conferir o mock-up do modelo mais recente do fabricante, o AW169, e outros membros da família AW. Os principais clientes da marca são executivos de grandes centros urbanos e operadores do mercado de óleo e gás, embora a participação da Agusta esteja crescendo no mercado parapúblico, com várias unidades vendidas e já entregues.
Para o mercado executivo, os helicópteros AgustaWestland são utilizados para locomoção de clientes a trabalho e lazer. Nos outros mercados, o uso é específico para suas missões, tal como transporte de técnicos e engenheiros nas atividades de óleo e gás.
EC130-T2
A Helibras é o único fabricante brasileiro de helicópteros e completa 35 anos de atividades em 2013. Desde a sua fundação, em 1978, a empresa já entregou mais de 600 helicópteros no país. Os principais clientes comerciais da Helibras são as operadoras de táxi-aéreo. No entanto, a maior parte das vendas civis é feita para executivos que utilizam o helicóptero tanto para viagens pessoais como para trabalhar. Nesses dois casos, o perfil das missões é aquele que envolve sempre o transporte de passageiros, muito mais do que equipamentos ou cargas.
Para os modelos Esquilo B2 e B3e, há possibilidade de financiamento pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o chamado FINAME, que tem taxa de juros menor.
A maior novidade na Labace é o lançamento do helicóptero EC130 T2, que chega ao país pela primeira vez. O modelo traz 70% da célula reestruturada com melhorias em desempenho e maior conforto para qualquer operação. O helicóptero já é um sucesso no Brasil e vai ganhar ainda mais agilidade com as mudanças. As linhas externas e visuais, no entanto, mantêm-se as mesmas. Após exposição na Labace, será feito um demo tour com a aeronave por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Florianópolis. Além dessa aeronave estarão expostos na Labace 2013 os EC 135 P3 e T3, que também são lançamentos, e que deverão ser muito bem recebidas pelo mercado, que já considera as opções atuais desses modelos de forma muito positiva.
Para a Helibras, os grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 demandariam a compra de muitos helicópteros por parte dos governos dos estados onde serão realizados jogos, para utilizá-los em atividades de segurança, de vigilância e resgate. Porém isso não aconteceu. Apenas alguns estados realizaram algumas compras. Por outro lado, a questão da infraestrutura precisa ser melhorada e ainda há tempo para que se faça alguma coisa.
429
O fabricante norte-americano de helicópteros Bell mostra na Labace os modelo 407GX e 429, este último, de acordo com Leonardo Fiuza, diretor Comercial da TAM Aviação Executiva, representante da marca, o mais vendido pela empresa. “O helicóptero Bell 407GX é uma aeronave considerada uma limusine dos ares. A sua aviônica Garmin G1000HTM proporciona informações críticas de voo de reliance, para maior consciência situacional e segurança”.
Já o Bell 429 desenvolve uma velocidade de 280 km/h (150 nós) e está equipado com a mais moderna cabine de comando, projetada para operações IFR com apenas um piloto e a capacidade de aproximação de precisão WAAS. Seu interior acomoda até sete passageiros e um piloto e pode ser reconfigurado para vários tipos de missão. O Bell 429 também se caracteriza pela grande porta lateral na parte traseira da cabine.
A novidade da MD na Labace 2013 é a nova configuração EMS do MD Explorer, que está exposto no estande da marca ao lado de um MD520N. Atualmente há mais de 3.000 produtos MD voando no mundo, dos quais 26 operam no Brasil, sendo 1 MD Explorer, 5 MD600N, 2MD520N, 1 MD530F, 12 MD500E e 5 MD500D. “O mercado brasileiro está melhor do que nunca”, diz Ricardo Zuccolo, diretor presidente do Helicentro, empresa que representa a norte-americana MD Helicopters no Brasil. “Os operadores estão descobrindo que o custo dos helicópteros convencionais são altos, por isso a melhor escolha é usar as aeroaves mais seguras do mundo, os helicópteros NOTAR, que têm os mais baixos custos de manutenção”.
A MD espera fechar novas vendas do MD Explorer, da série 500 e do MD600N na feira e diz que quem adquire helicópteros da marca são empresas corporativas e particulares, que utilizam as aeronaves para viagens curtas na cidade e para trabalho. A vantagem do helicóptero é a de ser capaz de pousar em qualquer tipo de terreno. “Para viagens de mais de duas horas, a melhor opção para as empresas passa a ser usar um jato pequeno”, acredita Zuccolo.
R44
O fabricante norte-americano de helicópteros Robinson, recordista mundial na venda de helicópteros a pistão, com os modelos R22 e R44, mostra este último na Labace 2013 junto ao seu mais novo modelo, o R66, equipado com motor a turbina. De acordo com Gualter Pizzi, diretor comercial da Audi Helicópteros, a grande vantagem das aeronaves Robinson em relação aos seus concorrentes é a relação custo/beneficio: “É realmente imbatível”. Hoje, há mais de 10.880 helicópteros Robinson voando no mundo e, destes, mais de 680 estão no Brasil, sendo 164 R22, 426 R44 e mais de 90 R66, cujos preços são US$ 370.000, US$ 658.000 e US$ 1.100.00, respectivamente.
No que se refere às vendas do R66, Pizzi afirma que o helicóptero é um sucesso, tanto no Brasil, onde já há mais de 120 vendidos, quanto no exterior. Já quanto ao mercado de helicópteros no país, como um todo, Pizzi considera que apesar do momento atual com essa alta do dólar continua em crescimento, mas não como dois anos atrás.
A novidade da Labace 2013 é apresentar um case da operação Kamov Ka-32 na Amazônia. Lá o helicóptero russo operou mais de 300 horas, sem nenhum tipo de incidente e com grau de satisfação de 100% por parte do cliente. A empresa tem a certeza de que essa operação será um chamariz para outros trabalhos. Atualmente, há 44 helicópteros hangarados fixos no Helipark, que, somados aos que fazem manutenção (média diária de 45 a 50 helicópteros), chegam a 90 helicópteros que pernoitam no centro de serviço.
Quanto ao mercado de aeronaves de asas rotativas, o Helipark possui uma visão bem otimista, pois está acompanhando e se adaptando ao grande crescimento anual deste mercado, superior a 5%, e verifica também uma evolução técnica em manutenção de novas aeronaves “importadas”, gerando assim uma necessidade de aperfeiçoamento técnico nas suas equipes de manutenção.
A Sikorsky, uma das mais importantes fabricantes de helicópteros do mundo, faz neste ano a sua estréia na Labace. De acordo com Jorge Duran, executivo Regional da Sikorsky para América Latina, as aeronaves do fabricante norte-americano desempenham vários tipos de missões comercias e militares no Brasil.
Enquanto há 5.600 helicóptertos a turbina voando em todo o mundo, no setor militar, a Sikorsky tem 20 aeronaves S-70 voando no Exército e na Força Aérea Brasileira, principalmente na proteção das nossas fronteiras, e quatro helicópteros S-70B, que entraram em serviço em 2012 desempenham missões de segurança marítima offshore e guerra anti-submarino na Marinha do Brasil.
S-76
No setor comercial, a maior parte da frota de S-76 (105 aeronaves) e toda a frota de S-92 (18) realizam missões de transporte offshore para a Petrobras, por meio de várias companhias privadas de transporte, como Líder, Omni, Atlas, CHC, Senior e outras.
Meia dúzia de modelos S-76 voam no Brasil em missões VIP e charter. No total, e contando com mais 11 helicópteros S-61/SH-3, operam hoje no Brasil 156 aeronaves produzidas pela Sikorsky.
“O Brasil é um mercado estrategicamente importante para a Sikorsky e nós estamos trabalhando ativamente para consolidar a nossa presença aqui”, afirma Duran. “Nós temos uma significativa presença em número de aeronaves, mas vemos muitas novas oportunidades nos mercados comercial e militar”, completa o executivo. O mercado comercial está dirigido quase exclusivamente para as operações offshore e é sabido que a Petrobras tem como objetivo aumentar a produção brasileira de petróleo dos atuais cerca de 2 milhões de barris por dia para aproximadamente 4 milhões por dia nos próximos 6 a 8 anos. Isso se traduz diretamente em significativas oportunidades de mercado para as vendas de S-92 e S-76 para os operadores offshore.
Na sua primeira participação na Labace, a Sikorsky mostra um helicóptero S-76C+ que, embora não seja o seu mais recente modelo – o S-76D –, representa a aeronave básica em configuração VIP. Contudo, no estande há pessoas e material que poderão mostrar aos clientes todos os aperfeiçoamentos do modelo D. Algumas das principais características são melhor desempenho com motores mais possantes e pás redesenhadas, maior eficiência graças ao menor consumo de combustível dos motores PW210S e menor impacto na comunidade em função do perfil acústico exterior mais baixo no sobrevoo, além do monitoramento dos sistemas e menor carga de trabalho no cockpit.
Por Santiago Oliver e Giuliano Agmont
Publicado em 09/08/2013, às 00h00 - Atualizado em 10/08/2013, às 00h22
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