Bombardeiro PAK-DA é a resposta do governo russo ao novo bombardeiro norte-americano B-21 Rider, mas projeto deve atrasar
O futuro bombardeiro russo PAK-DA tinha como planos realizar o primeiro voo em meados de 2024, mas as sanções contra Moscou devem forçar uma revisão no cronograma.
O projeto da nova aeronave militar da Rússia começou há uma década, mas o primeiro voo teste previsto para daqui dois anos poderá atrasar após cortes orçamentários e os efeitos econômicos da guerra da Ucrânia, que começou em fevereiro.
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— Dmitry Stefanovich (@KomissarWhipla) August 1, 2022
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A nova aeronave está sendo desenvolvida pela Tupolvev, consagrado fabricante dos bombardeiros clássicos como o Tu-95 Bear, Tu-22M3 Backfire e o Tu-160 Blackjack, todos desenvolvidos na Guerra Fria e que seguem em atividade.
O PAK-DA promete ser um bombardeiro com características furtivas aos radares, e projeto baseado no conceito de asa voadora, uma clara resposta ao B-2 Spirit e ao novo B-21.
Desde os anos 1990 a força aérea russa não tem nenhuma aeronave que faça frente aos B-2 e com a chegada do Rider a capacidade de dissuação fica ainda mais comprometida. Os trabalhos no novo PAK-DA tem como responder a ameaça tática e estratégica dos bombardeiros dos Estados Unidos.
Segundo informações da revista norte-americana Popular Mechanics, o novo bombardeiro terá um peso máximo de decolagem de 142 toneladas, ante as 150 toneladas do B-2. Além disso, o avião terá uma capacidade de carga bélica na ordem de 30 toneladas.
No quesito alcance, o PAK-DA poderá voar sem escalas por 9.300 milhas náuticas (17.200 km), enquanto o B-2 Spirit tem alcance (sem reabastecimento em voo) de 6.600 nm (12.200 km). A grande autonomia é uma das características das aeronaves russas, inclusive nos caças. Já os norte-americanos optam por empregar a capacidade de reabastecimento em voo, o que elimina algumas restrições operacionais, mas adiciona complexidade no planejamento de missão.
Em termos de armamentos é esperado que o PAK-DA possa levar até 12 mísseis de cruzeiro Kh-BD que seguem em desenvolvimento, mas pouco se sabe sobre o andamento do projeto. Acredita-se que os mísseis estão sendo criados justamente pensando nas capacidades do futuro bombardeiro.
Os bombardeiros de longo alcance são um diferencial respeitável na capacidade militar de um país, atualmente apenas três nações em todo o mundo operam este tipo de aeronave estratégicas: Rússia, EUA e China.
Por André Magalhães
Publicado em 11/08/2022, às 08h00
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