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Raios cósmicos

NASA estuda raios cósmicos em grandes altitudes

O objetivo é proteger a saúde de passageiros e tripulações


Os efeitos dos raios cósmicos em grandes altitudes têm sido objeto de um melhor monitoramento da radiação em tempo real para orientar tripulantes e passageiros que precisam se deslocar em ambientes de radiação mais intensa, prejudicial à saúde.

Mesmo em níveis de voo de 11.000 m, por exemplo, acima das nuvens e em céu totalmente claro, o espaço é um vazio apenas aparente. 

Uma aeronave ou nave espacial recebe o bombardeio contínuo dos raios cósmicos, partículas de alta energia, que se chocam com uma atmosfera rarefeita que, felizmente, dita sua extinção. Assim, estamos protegidos destas radiações quando estamos no solo, mas, nas alturas, elas podem afetar – além de circuitos eletrônicos, o próprio ser humano.

Em setembro de 2015, a NASA lançou no Novo México o “Experimento de Dosimetria da Radiação (RAD-X): um grande balão de gás hélio para medir radiações do Sol e do espaço interestelar em faixas de altitude de 26.000 pés a 120.000 pés (7.900 m a 36.600 m). As partículas de grande energia se originam no espaço interestelar além do Sol, outra importante fonte de radiações. O efeito magnético da Terra bloqueia a maior parte das radiações, embora a maior parte das partículas perde sua força a cerca de 60.000 pés (18.300 m).

A radiação atmosférica pode ser avaliada de duas maneiras: pela quantidade de partículas presentes ou o quanto elas podem prejudicar os tecidos humanos. Essa “dose” é muito difícil de medir, e tanto as partículas primárias como aquelas em fase de neutralização pela atmosfera são prejudiciais à saúde.

A radiação cósmica rompe o DNA e produz radicais livres que podem alterar as funções das células. Ao passarem mais tempo na alta atmosfera da Terra, as tripulações são expostas ao dobro da radiação do habitante normal. É também motivo de real preocupação com os tripulantes da Estação Espacial Internacional (ISS) e, futuramente, dos astronautas viajando para Marte.

Os instrumentos mais eficientes para medir os raios cósmicos são, por enquanto muito grandes, caros e indisponíveis para a fabricação comercial, não se prestando para uma distribuição generalizada. O ideal seria um instrumento pequeno, compacto, de circuitos em estado sólido que pudesse ser integrado a uma aeronave ou espaçonave de modo simples e econômico.

Ernesto Klotzel
Publicado em 01/02/2017, às 16h43 - Atualizado às 17h33


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