Alterações impactam no planejamento das empresas aérea, mexendo com a vida de até três milhões de passageiros
A mudança da data de início do horário de verão anunciada pelo governo brasileiro poderá gerar um impacto direto na vida de milhares de brasileiros. Um dos setores mais afetados deverá ser o de transporte aéreo, onde ao menos 3 milhões de passageiros, em 42 mil voos, podem sofrer consequências como atrasos e perda do voo.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) acredita que a mudança trará sérias implicações para o planejamento da operação das companhias aéreas e, consequentemente, para os consumidores com volume expressivo de passageiros podendo perder voos. Os bilhetes emitidos com antecedência trabalhavam com o horário novo, incluindo planejamento de rotas, horários de maior e menor movimento, entre outros. Além disso, em voos domésticos o horário impacta diretamente nos fusos horários existentes no país, enquanto em voos internacionais afeta a conectividade com mais de 50 países.
Partidas e chegadas são afetadas por mudanças no horário de verão
Cientes do horário de verão, prática comum em todo o mundo, as empresas aéreas planejam com vários meses de antecedência o remanejamento dos horários de chegada e partida, especialmente em voos internacionais. Ocorre que ao adicionar ou reduzir uma hora no horário de partida, o avião chegará ao destino em um novo horário, embora o tempo real de voo embora seja o mesmo. O motivo é apenas relacionado ao relógio, mas obriga um planejamento para permitir conexões, acordos de compartilhamento de voos, entre outros.
Dependendo da data, que pode coincidir com a mudança para o horário de inverno, a diferença entre partida e chegada por chegar as duas horas. Por exemplo, um hipotético voo entre São Paulo e Denver, no estado norte-americano do Colorado, teria duração de 13 horas de voo. Porém, com a mudança de horário o avião pousaria nos Estados Unidos 1h depois do previsto, perdendo as conexões previstas. Caso o horário coincidisse com a mudança para horário de inverno, o intervalo passaria para duas horas. Para evitar tal problemas as empresas aéreas planejam com meses de antecedência as partidas do Brasil, alterando os horários para manter a conectividade. Uma mudança abrupta na data coloca em risco não haver condições de mudar os horários de partida ou chegada.
Aeroportos como Denver, nos Estados Unidos, diferença pode chegar às 2h
Por estas razões, a Abear solicitou à ANAC, Secretaria de Aviação Civil, a Casa Civil e ministérios dos Transportes e Minas e Energia a manutenção da data prevista de início do horário de verão, dia 4 de novembro.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 04/10/2018, às 20h14 - Atualizado em 05/10/2018, às 00h19
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