Sanções impostas pelo Ocidente, após o início da ofensiva contra a Ucrânia, reduz as operações de aeronaves Airbus em companhias russas
A aviação civil russa enfrenta sérias dificuldades devido às sanções impostas pelo ocidente após o início do conflito contra a Ucrânia, em 2022. As restrições à exportação de tecnologia e a suspensão de serviços por Boeing e Airbus afetaram severamente a manutenção das aeronaves no país, segundo a agência Rosaviatsia.
O resultado dessas restrições estão se tornando cada vez mais evidentes. Cerca de metade dos Airbus A320/A321neo operados por companhias aéreas russas foi retirada de operação, e diversas outras irão parar de voar por falta de peças ou manutenção corretiva.
O jornal Kommersant informou que 34 dos 66 Airbus A320/A321neo no país estão inativos. A empresa por nome S7 Airlines (a maior empresa privada do setor) é a mais afetada, com 31 de suas 39 aeronaves fora de serviço. Outras aéreas, como Aeroflot e Ural Airlines, também registram dificuldades, enquanto parte dos aviões poderá retornar às atividades apenas durante a alta temporada.
Todo esse problema reside na falta de manutenção das aeronaves, que vem enfrentando obstáculos. Os reparos nos motores, fabricados nos EUA, dependem de envio para países considerados "não amistosos" pela Rússia. Tais países, que impuseram sanções, monitoram os componentes para evitar que retornem ao território russo.
Além do problema com suporte técnico, os percalços são observados nas falta de peças de reposição de componentes essenciais para o funcionamento dos motores das aeronaves, fazendo com que a própria S7 Airlines declarasse a desativação de parte de sua frota devido à impossibilidade de manter os motores Pratt & Whitney dos aviões.
Para tentar contornar as restrições, iniciativas locais foram anunciadas. A empresa estatal Rosatom e a Aeroflot planejam fabricar peças de reposição para Boeing e Airbus dentro da Rússia.
Contudo, as certificações serão emitidas por autoridades locais, sem a chancela dos fabricantes originais e de agências internacionais, o que pode limitar a aceitação internacional de sobrevoo das aeronaves, além de pôr em cheque a qualidade destes componentes não-certificados.
Por Micael Rocha
Publicado em 23/11/2024, às 09h00
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