Aeroporto de Navegantes lança campanha de conscientização contra uso de laser em aeronaves após aumento de incidentes em 2025

O aeroporto de Navegantes, em Santa Catarina, iniciou uma campanha de conscientização sobre os riscos do uso indevido de raio laser contra aeronaves. A ação, realizada em parceria com a Polícia Militar de Santa Catarina, busca reduzir incidentes que colocam em risco pilotos, passageiros e a segurança operacional do terminal.
Somente entre janeiro e agosto, foram registrados 27 casos de feixes de laser direcionados a aeronaves em pouso ou decolagem em Navegantes. Até 2024, a média anual era de dez ocorrências. Os episódios se concentram principalmente entre os municípios de Navegantes e Itajaí, com relatos também próximos a Penha.
Apontar laser para aeronaves pode parecer inofensivo, mas representa ameaça significativa à aviação. O feixe luminoso pode causar cegueira momentânea, ofuscamento e lesões oculares em pilotos, comprometendo a leitura de instrumentos e aumentando a probabilidade de manobras de risco. Em fases críticas, como aproximação e pouso, os efeitos se tornam ainda mais perigosos.
A campanha prevê atividades de divulgação institucional e visitas presenciais. Em setembro, equipes do aeroporto, acompanhadas pela Polícia Federal, percorreram bairros de Navegantes para orientar moradores sobre os riscos da prática e reforçar a importância da denúncia em casos de flagrante.
A interferência por raio laser não é exclusiva do Brasil. Segundo especialistas em segurança operacional, os primeiros relatos globais ocorreram em 1993 e, desde então, o problema se disseminou. A percepção do feixe no interior da cabine é distinta daquela de quem está no solo, já que a luz se espalha e pode iluminar todo o cockpit, afetando diretamente a visão dos tripulantes.
No Brasil, a prática é classificada como crime de atentado contra a segurança do transporte aéreo, conforme o artigo 261 do Código Penal. A pena varia de dois a cinco anos de reclusão, podendo chegar a doze anos em caso de acidente com vítimas. Além de colocar vidas em risco, cada ocorrência mobiliza protocolos de segurança e aciona equipes de solo e autoridades policiais.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 07/10/2025, às 09h30
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