Tensões na região levam aliados dos Estados Unidos a modernizarem suas forças armadas com o F-35
O Japão confirmou a aquisição de um novo lote do F-35B, a versão de decolagem curta e pouso vertical (STOVL) ao mesmo tempo que a Coréia do Sul recebia mais quatro F-35A. Os dois países asiáticos estão modernizando e ampliando suas forças de defesa, de forma a responder ao novo contexto geopolítico na região.
OS F-35B japoneses serão dedicados a operar nos porta-helicópteros da classe Izumo, que deverão ser convertidos como porta-aviões, podendo receber aeronaves com capacidade de decolagem curta e pouso vertical. Os navios JS Izumo e JS Kaga são atualmente os maiores navios japoneses desde o pós-Guerra, possuindo capacidade para até 14 helicópteros, incluindo o VC-22 Osprey. Com 248 metros de comprimento e 27.000 toneladas de deslocamento, os navios podem ser convertidos, através de um complexo processo de reprojeto, em ágeis porta-aviões. Contudo, a reconfiguração dos navios deverá ser aprovada pelo governo japonês, visto que um dos termos assinados pelo país em sua rendição em 1945, previa que o Japão não teria armas de ataque. As forças armadas japonesas são oficialmente chamadas de Forças de Auto-Defesa,mantendo o acordo e o modelo constitucional de não-agressão formalizado pelo Japão.
Tóquio formalizou a escolha do F-35A em 2011, quando o modelo foi vencedor do programa F-X que visava selecionar um caça multimissão de quinta geração capaz de atender aos requisitos de defesa do país e oferecer a possibilidade de participação da indústria japonesa. Em dezembro de 2018, o Ministério da Defesa confirmou a intenção de adquirir outros 42 F-35B, que cumpriu as condições para operação embarcada. "O F-35B satisfez todos os requisitos para a decolagem de curto alcance e o caça de pouso vertical da Força de Autodefesa Aérea", afirmou o Ministério da Defesa do Japão em comunicado.
A Coréia do Sul, que recebeu mais quatro F-35A, elevando assim para oito o número de aviões do tipo no país, também pretende adquirir o F-35B, que deverá operar no futuro porta-helicópteros (landing platform helicopter) um navio da classe de 30.000 toneladas de deslocamento, que está sendo previsto para a próxima década.
O governo de Seul ainda não formalizou um pedido para o F-35B, mas a construção dos novos navios deve viabilizar a opção pelo modelo. O objetivo é ampliar a capacidade de resposta do país as ameaças do vizinho do Norte e da China. Na última década Pequim ampliou suas ambições no mar da China, construído uma série de ilhas artificiais na região e estruturando uma poderosa marinha de guerra.
Por Edmundo Ubiratan | Imagens: Divulgação
Publicado em 20/08/2019, às 11h00 - Atualizado às 13h04
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