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IATA não espera reencontrar mesma indústria da aviação antes do coronavirus

Setor trabalha para criar metodologias para superar a crise do Covid-19 e expectativa é de renascimento do transporte aéreo


Analistas acreditam que retomada da aviação comercial deverá ocorrer em um novo cenário 

A Associação Internacional do Transporte Aéreo (IATA) acredita que a indústria do transporte aéreo não será a mesma após a pandemia do coronavírus, mesmo que as companhias consigam recuperar o mesmo número dos seus voos antes da pandemia.

A expectativa é que a retomada do setor possa levar meses, ou mesmo anos, para atingir números próximos ao registrado em 2019. Um dos cenários prevê que globalmente a aviação só volte a crescer em 2025, ainda que determinados mercados possa apresentar uma recuperação mais rápida.

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“Não esperamos retornar à mesma indústria que tínhamos algumas semanas atrás, embora as companhias aéreas ainda conectem o mundo, faremos isso através de uma série de novos modelos de negócios”, destacou Alexandre de Juniac, CEO da IATA.

A associação espera que a crise do COVID-19 possa ajudar o setor aéreo a se reorganizar de maneira mais coordenada, aprendendo com erros do passado que criaram situações complexas sem um debate prévio.

“Os processos da indústria precisarão se adaptar. Não queremos repetir os mesmos erros cometidos após o 11 de setembro, quando muitas metodologias foram impostas de forma descoordenada. Isto criou uma bagunça de medidas que estamos tentando resolver até hoje”, disse Juniac.

A associação pretende fazer uma ampla abordagem no setor para poder “reiniciar” as operações assim que for permitido. O primeiro passo é a realização de uma série de reuniões virtuais, ou cúpulas, que deverá envolver governos e partes interessadas do setor.

A IATA avalia que a aviação comercial precisará de um extenso plano que permita aliviar a situação econômica do setor, de forma a permitir que as companhias aéreas estejam prontas para retornarem para a normalidade após a pandemia.

Um dos principais objetivos é avaliar a viabilidade e as necessidades de cada país para reabrir fronteiras fechadas, assim como soluções acordadas que podem ser operacionalizadas e dimensionadas de maneira eficiente após a crise.

“Nunca na história da aviação paramos o setor desta maneira e nesta escalada. Consequentemente não temos experiência em retomá-lo. Será um caminho complicado e precisaremos de contingências para licenças e certificações que expiraram durante a crise”, destacou Juniac.

O setor espera desenvolver um modelo para gerenciar as restrições de viagens que precisam ser suspensas antes da retomada dos voos regulares. A intenção é que uma força tarefa que envolva a aviação comercial e o governo estejam alinhados para trabalhar juntos.

Por Gabriel Benevides
Publicado em 10/04/2020, às 15h30 - Atualizado às 17h04


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