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Greve na Airbus pode gerar atrasos nas entregas de aviões

Mais de 3.000 trabalhadores da Airbus no Reino Unido iniciarão uma greve de dez dias em setembro


Paralisação organizada por um sindicato britânico ameaça entregas das asas de aeronaves comerciais e militares - Airbus
Paralisação organizada por um sindicato britânico ameaça entregas das asas de aeronaves comerciais e militares - Airbus

Um sindicato do Reino Unido anunciou que cerca de 3.000 trabalhadores da Airbus iniciarão uma greve de dez dias a partir de setembro, após votação que resultou em 90% de apoio à paralisação.

A medida atinge diretamente as fábricas do País de Gales e de Filton, responsáveis pela produção de asas de aviões comerciais e militares. A greve foi motivada pela rejeição da proposta salarial da Airbus, que ofereceu um reajuste de 3,3% este ano, acrescido de 0,3% em janeiro de 2026, além de um bônus de 2.644 libras esterlinas, pago em abril deste ano.

O sindicato Unite, afirma que proposta não reflete os lucros bilionários obtidos pelo consórcio e nem a alta do custo de vida no Reino Unido, onde a inflação chegou a 3,8% em julho, o maior índice em dezoito meses.

A Airbus está gerando bilhões em lucro; os trabalhadores merecem um acordo justo. Nossos membros estão apenas buscando justiça, não favores", disse Sharon Graham, secretária-geral do sindicato.

Por outro lado, a Airbus argumenta que, somadas, as negociações anteriores já garantiram aumentos superiores a 20% nos últimos três anos.

Impactos na produção

As paralisações ocorrerão nos dias 2, 3, 10 e 11 de setembro, com continuidade a partir de 15 de setembro, seguindo os turnos de cada unidade. O movimento afetará diretamente a fabricação de asas para as famílias A320, A330, A350, assim como o cargueiro militar A400M. Os projetos são considerados estratégicos tanto para companhias aéreas quanto para contratos de defesa, podendo ao final impactar toda a cadeia de produção da Airbus.

O próprio sindicato alerta que a greve poderá atrasar entregas e pressionar a cadeia global de suprimentos, criando gargalos de produção em um dos principais polos industriais britânicos.

Em resposta, a Airbus classificou a sua proposta como “competitiva e justa” e afirmou não estar preocupada, por enquanto, com o cumprimento das metas de entregas até o final do ano. No entanto, analistas avaliam que um prolongamento da greve pode gerar impactos significativos na produção de aeronaves.

Contexto mais amplo

A mobilização dos trabalhadores da Airbus ocorre em meio a uma onda de reivindicações salariais no Reino Unido, impulsionada pela inflação e pela pressão por reajustes em setores estratégicos da economia. 

Por Marcel Cardoso
Publicado em 21/08/2025, às 08h45


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