A venda dos F-16 Block 70 para a Turquia é negociada pelo governo Biden que tenta aprovar acordo diante dos riscos e das tensões na Otan
O governo Biden deverá pedir ao Congresso dos Estados Unidos a aprovação da venda de quarenta caças F-16 Block 70 para a Turquia. A intenção é compensar a expulsão do país do programa F-35, ocorrida na gestão Donald Trump, quando os turcos compraram sistemas antiaéreos russos.
As conversas sobre a venda dos F-16 Block 70 ocorre há vários meses entre Ancara e Washington. Contudo, uma série de fatores diplomárticos, geopolíticos e de direitos humanos estão em aberto.
No entanto, o presidente turco Recep Erdogan que já ameaçou adquirir caças russos, incluindo o Su-57, sinalizou recentemente o interesse pelo caça Eurofighter, afirmando que buscaria apoio do consórcio europeu caso a venda dos F-16 fosse nagada.
A situação turca é considerada estratégica para a Otan, que tem no país um de seus principais membros e com posição geográfica fundamental para bloquear qualquer avanço militar da Ásia, incluindo uma ação russa. Ao mesmo tempo, Ancara tem sido ambígua nas relações com seus parceiros do Ocidente. A compra de sistemas de armas russos colocou em risco os segredos do F-35, fazendo a Turquia ser expulsa do Joint Strike Fighter (JSF). Recentemente o ingresso da Suécia e Finlândia na Otan tem sido questionada e poderá ser vetada por Erdogan, que alega que ambos os países oferecem abrigo para grupos considerados terroristas pelo seu governo.
Ainda assim, a chegada dos novos caças permitirá modernizar a força aérea turca que já conta com o F-16 de versões mais antigas. Um dos entraves é que a Turquia e a Grécia retomaram as tensões, que inclui até perseguição entre caças. A Turquia ainda alega que os gregos estão adquirindo o caça francês Dassault Rafale e negociando o norte-americano F-35, o que torna sua situação ainda mais delicada.
Os militares turcos estão em busca de desenvolver localmente um modenro caça, batizado provisoriamente de TF-X, mas pouco se sabe sobre o avanço do programa. Independente do avanço do projeto um dos desafios será encontrar fornecedores de sistemas críticos, incluindo motores. Ainda assim, os turcos seguem dispostos em achar um parceiro internacional para o desenvolvimento de seu avião de quinta geração.
Por André Magalhães
Publicado em 16/01/2023, às 09h55
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