Impasse envolve o cancelamento de 107 pedidos feitos junto a Airbus
Pedido da EasyJet com a Airbus pode ultrapassar a marca de 5 bilhões de euros
O fundador da EasyJet ameaçou demitir seus principais executivos caso não seja cancelada uma encomenda para 107 aviões da Airbus. A dura mensagem foi feita por Stelios Haji-Ioannou, fundador e maior acionista da empresa, que exige a anulação do acordo estimado em 5 bilhões de euros.
Segundo Haji-Ioannou, a manutenção do pedido poderá comprometer o futuro da EasyJet, que sofrerá duras perdas com a suspensão temporária dos voos e a retração da demanda prevista para o final da crise gerada pelo COVID-19.
O fundador da empresa pediu que a companhia low cost alegue motivos de força maior como justificativa para o cancelamento da encomenda. Caso os administradores da companhia não sigam a recomendação, o Haji-Ioannou afirmou que organizará assembleias extraordinárias a cada sete semanas para demitir cada um de seus administradores não-executivos.
O CEO da EasyJet, Johan Lundgren, tentou reverter a situação ao pedir apoio estatal para financeiras a compra e manter o pedido dentro da nova realidade da companhia. A manobra desagradou o fundador, que alegou que no momento o foco é aumentar o caixa disponível e não gastar dinheiro. “Seria um abuso com o dinheiro do contribuinte obter empréstimos governamentais para pagar a Airbus por um investimento não lucrativo de 107 aviões”, justificou Haji-Ioannou. “Devemos neste momento aumentar o nosso capital para enfrentar a crise do coronavírus”.
A EasyJet anunciou que toda a sua frota ficará em terra por conta do colapso na demanda decorrente da pandemia do COVID-19, e as restrições que os governos europeus estão aplicando como medida de conter a propagação do vírus.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 01/04/2020, às 15h00 - Atualizado às 15h35
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