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Adeus aposentadoria

Força aérea dos Estados Unidos terá aviões com 100 anos em serviço ativo e pronto para a guerra

Indefinições em programas de modernização tornarão frota de rebastecedores e bombardeiros centenárias


A força aérea dos Estados Unidos (USAF) poderá manter seus aviões reabastecedores KC-135 Stratotanker voando até meados da década de 2050, quando terão 100 anos. A marca história representa uma mudança sem precedentes na filosofia de combate norte-americana, que por décadas manteve um arsenal no estado da arte.

A perspectiva mais atual é que os novos KC-46 Pegasus, derivados do Boeing 767F, não consigam suplantar mais de 1/3 da frota de KC-135, mantendo os veteranos quadrimotores em serviço por mais trinta anos.

Os Boeing KC-46 Pegasus registram atrasos no desenvolvimento e custo muito acima do planejado

Segundo o general Carlton Everhart, ex-chefe do Comando de Mobilidade Aérea da Força Aérea, a USAF enfrenta sérios desafios de frota e estrutura. De acordo com o general os Estados Unidos não estão sendo capazes de acompanhar a mudança no cenário global, com o ressurgimento da Rússia e o surgimento da China como potencial global. “Muitas dessas aeronaves (F-16, F-15, C-130 e B-1B) estão chegando ao fim de sua vida operacional”, afirmou o general Everhart. “Ainda pensamos em pilotar o KC-135 até que ele tenha 100 anos, antes de ser completamente substituído”.

KC-135 foi projetado em meados da década de 1950. Seu projeto originou as famílias Boeing 707, 727 e 737, utilizados na aviação comercial

A USAF iniciou no final da década passada um programa de modernização da frota de reabastecedores em voo, que gerou um complexo, polêmico e caro projeto. Inicialmente o modelo vencedor foi o Airbus A330 MRTT, derivado do modelo comercial A330-200, contudo, a Boeing alegou que o processo apresentava falhas e a licitação foi reaberta, com a vitória do 767 Tanker, derivado do Boeing 767-200ER.

Sem perspectivas de substituição, mais de 400 KC_135 deverão estar voando em 2050

O programa designado KC-46 deveria ter duração resumida, com o 767 Tanker seguindo basicamente os requisitos dos modelos já em serviço no Japão e Itália, contudo, uma série de mudanças no rumo do projeto atrasou o cronograma em uma década. Além disso, os custos cresceram exponencialmente, passando de US$ 145 milhões, cada avião, para mais de US$ 240 milhões, em 2018.

Com isso, a USAF planeja agora manter ao menos 400 KC-135 em serviço pelas próximas décadas, voando como complemento aos aproximados 179 KC-46 Pegasus que deverão ser entregues nos próximos anos.

B-52 também estará ativo aos 100 anos

Em paralelo a USAF não tem planos para substituir outro importante modelo do arsenal, o bombardeiro B-52 Stratofortress, que ao longo de seis décadas teve uma série de candidatos a sua substituição, mas que ao final também deverá voar até meados de 2050, sendo o segundo avião centenário na frota da força aérea.

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 28/12/2018, às 16h00 - Atualizado às 17h35


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