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FedEx aposenta último cargueiro MD-10-10F do mundo

Maior operadora global da família MD-10 anunciou que vai retirar o modelo de serviço até 2023


MD-10

Após dezoito anos os veteranos MD-10-10F foram definitivamente retirados de operação

A FedEx aposentou seu último MD-10-10F, a aeronave de prefixo N562FE realizou o derradeiro voo após dezoito anos de serviço. O trijato voou entre os aeroportos de Memphis, principal centro da FedEx, para o deserto de Victorville, na Califórnia.

Ainda que tenha acumulado dezoito anos como MD-10, o avião nasceu como DC-10 e foi produzido em 1978, quando foi entregue para a American Airlines, ainda na versão de passageiros, sendo posteriormente operado ainda pela a Hawaiian Airlines. Após ser retirado de operação, a aeronave foi selecionada para ser convertida em cargueiro e modernizada para o padrão MD-10.

Apesar da retirada da última unidade do DC-10-10F da sua frota, a FedEx ainda possui mais treze MD-10-30F em serviço, mas que devem ser aposentados até 2023. A empresa cargueira tem ampliado seus planos de modernização de frota, adotando aeronaves mais novas e eficientes, como os Boeing 777F.

Recentemente, em janeiro de 2020, a FedEx aposentou também seu último Airbus A310F, encerrando uma longa história do modelo em sua frota, sendo substituído pelos Boeing 767-300F, que possuem maior capacidade e custos operacionais inferiores. 

Apesar da crise sanitária ter ampliado consideravelmente o mercado cargueiro, a FedEx não tem planos de estender a vida operacionais dos seus trijados, incluindo os MD-11. Um dos entraves são os custos operacionais maiores, visto que além do maior consumo de combustível, são aeronaves com mais de vinte anos de serviço, exigindo assim manutenções onerosas e demoradas.

Ao contrário de anos passados, onde aeronaves cargueiras eram majoritariamente modelos convertidos de segunda mão, a maioria com mais de vinte anos, a maior competitividade e exigências ambientais mais severas obrigou as empresas buscarem modelo novos de fábrica para a renovação de frota.

Ainda assim, a FedEx não seguiu suas rivais diretas que optaram pelo Boeing 747-8F, que obteve considerável sucesso entre empresas cargueiras. A companhia especializada em operações expressas, especialmente de pequenas encomendas e envelopes, manteve a opção pelos 777F e 767-300F, que embora ofereçam menor capacidade, permitem maior flexibilização operacional.

Saiba mais…

No final dos anos 1990 a Boeing, que havia assumido o controle da McDonnell Douglas, lançou um programa de modernização e revitalização para a família DC-10, oferecendo um modelo cargueiro com os mesmos sistemas e cockpit do MD-11.

Ainda que a Boeing tivesse anunciado o fim da produção do MD-11, havia um mercado potencial para modelos DC-10 convertidos, o que chamou atenção especialmente da FedEx. O processo de retrofit incluiu a troca dos painéis analógicos originais, e a substituição de todos os computadores do avião, que permitiu não apenas o uso do mesmo cockpit do MD-11, mas também a eliminação da função de engenheiro de voo. O processo ainda que complexo permitiu padronizar a pilotagem entre o DC-10 e MD-11.

A decisão da FedEx em aposentar os MD-10 ocorre em um momento ímpar, visto que as companhias de carga estão procurando cargueiros novos ou convertidos, com idade média de quinze anos, para dar conta da atual demanda. O elevado custo com combustíveis e regras ambientais cada vez mais rígidas, especialmente na Europa, está forçando uma mudança de paradigmas no mercado cargueiro que é dominado praticamente por aeronaves de geração anterior.

O setor está vendo a oportunidade em adquirir modelos convertidos dos Airbus A321, Boeing 737-800 e 777-300ER, o que significa uma mudança brusca no segmento que agora busca aeronaves mais eficientes e com maior alcance. A nova realidade, somada a grande oferta de aviões retirados de serviço, é o ponto final para aviões clássicos ainda em operação.

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Por Gabriel Benevides
Publicado em 09/06/2021, às 12h00 - Atualizado às 14h23


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