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Soberania brasileira

FAB explode pistas de garimpeiros em terras indígenas na Amazônia

Operação Yanomami contra garimpo ilegal faz parte das missões da FAB para coibir o crime na Amazônia


Força Aérea realiza diversas missões para coibir atividades ilegais na Amazônia - FAB
Força Aérea realiza diversas missões para coibir atividades ilegais na Amazônia - FAB

Recentemente a Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou detalhes das operações de defesa do espaço aéreo na Amazônia, região considerada estratégia para a soberania nacional e para combate ao crime organizado.

Um dos temas mais complexo da atualidade, a invasão de terras indígenas por garimpeiros, tem sido permanentemente parte da rotina operacional da FAB, que atua ininterruptamente no combate à atividade ilegal de garimpo. A Operação Yanomami, em parceria com a Polícia Federal, tem empregado diversos meios aéreos em ações coordenadas contra atividades ilícitas em terras indígenas na Amazônia.

Operando a partir de Boa Vista, em Roraima, a FAB mantém alertas de defesa no espaço aéreo compreende a Terra Indígena Yanomami. Apenas nos seis primeiros meses do ano foram realizadas 34 interceptações de aeronaves nas proximidades da área demarcada, além de missões de transporte aéreo logístico para a infiltração e exfiltração de Policiais Federais e o transporte de cestas básicas para indígenas Yanomamis, completando mais de 230 horas de voo.

A-29 Super Tucano
A-29 Super Tucano é um dos aviões mais importantes da FAB para coibir voos ilegais na Amazônia

No dia 22 de julho os cargueiros C-105 Amazonas e os helicópteros H-60 Black Hawk passaram a voar em missões de destruição de estruturas e equipamentos de garimpo, apreensão de munição, transporte de equipes de Policiais Federais e de outros agentes.

A destruição de pistas ilegais é uma das principais atividades atuais da FAB, que tem trabalhado há mais de duas décadas para coibir voos clandestinos e criminosos na região amazônica. Porém, o trabalho envolve uma complexa atividade de investigação e inteligência, em colaboração com outros órgãos do governo brasileiro. “Ressalta-se o caráter de trabalho interagências no combate aos ilícitos em território nacional”, destaca o Comando da Aeronáutica em nota.

R-99
Desenvolvido pela Embraer o R-99 é utilizado em missões de vigilância e permite localizar pessoas mesmo no meio da selva

O Comando da Aeronáutica é responsável pelo Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA), que atende às necessidades do Brasil para controlar e exercer ações contra movimentos aéreos em circulação pelo Espaço Aéreo Brasileiro, mas atua em parceria com demais agências, como a ANAC, responsável por regular e fiscalizar as atividades da aviação civil, incluindo aeroportos e pistas regulares.

A destruição de pistas clandestinas “antes de tudo, da conclusão de investigações a serem realizadas pelos órgãos competentes, não sendo uma atuação única por parte do Comando da Aeronáutica”, afirma a FAB.

A participação no SISDABRA não está restrita às forças armadas, podendo integrar o sistema as forças auxiliares do estado, como polícias militares, agências do Governo Federal, estadual e municipal, organismos regionais e, até mesmo, entidades não governamentais.

Outro importante trabalho é a Operação Ostium, que atua de forma permanente, desde julho de 2004, para coibir voos irregulares no território nacional. A maior parte dos casos está relacionado a operação do crime organizado, em especial de grupos de narcotraficantes, no transporte de armas e drogas entre nações vizinhas e o território brasileiro. Segundo o Comando da Aeronáutica, apenas nos últimos três anos, foram realizadas, em todo o Brasil, 652 interceptações dentro da Operação Ostium. Entre 2017 e junho de 2022 foram apreendidos aproximadamente 7.200 quilos de drogas, desse total, mais de uma tonelada foi recolhida apenas nos primeiros seis meses deste ano.

A vigilância do espaço aéreo brasileiro é realizada 24 horas por dia pela FAB por meio de uma rede de radares que cobre o território continental, além de partes do Oceano Atlântico. O Brasil é, desde os anos 1990, um dos poucos países do mundo a contar com aeronaves de vigilância e alerta aéreo avançado. Os R-99 E E-99, desenvolvidos pela Embraer, permitem monitorar e gerenciar todas as atividades dentro do espaço aéreo brasileiro. Os dados obtidos da rede de radares e das aeronaves de vigilância permitem o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), baseado em Brasília, acionar aeronaves da defesa aérea em qualquer região do País.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 08/08/2022, às 18h15


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