Tensão diplomática

EUA podem vetar aquisição do caça Gripen pela Colômbia

A decisão dos EUA pode estar ligada a tensões diplomáticas recentes com o governo colombiano

O veto ao Gripen pode forçar a Colômbia a buscar alternativas para substituir seus Kfir - Saab/Divulgação

Os Estados Unidos sinalizaram que podem vetar a venda dos caças Saab Gripen JAS 39E/F para a Colômbia devido ao uso de componentes e tecnologia militar norte-americana nesses aviões, especialmente o motor General Electric F414G. Na prática, o veto impediria a Saab de fornecer os caças à Força Aérea Colombiana (FAC).

A decisão dos EUA parece estar ligada a recentes interações diplomáticas entre os governos colombiano e norte-americano. Autoridades do Departamento Administrativo da Presidência da Colômbia (Dapre) visitaram os EUA para discutir a possível aquisição dos Gripen, o que gerou descontentamento em Washington, uma vez que esses funcionários não estavam diretamente envolvidos no processo de renovação da frota de caças.

Além disso, tensões diplomáticas recentes entre os dois países, incluindo declarações do presidente colombiano Gustavo Petro e questões relacionadas ao tratamento de colombianos deportados dos EUA, podem ter contribuído para a decisão norte-americana de bloquear a venda dos Gripen.

A FAC busca substituir seus antigos caças IAI Kfir e considera o Gripen uma opção viável. No entanto, diante do possível veto dos EUA, a Colômbia pode precisar explorar outras alternativas para modernizar sua frota aérea.

EUA pediu esclarecimento da venda dos caças Gripen para o Brasil

Em outubro de 2024, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou informações à Saab North America sobre a venda de 36 caças Gripen ao Brasil, acordo firmado em 2014 durante o governo de Dilma Rousseff.

Na ocasião, a Saab afirmou que cumpriria a solicitação de fornecimento de informações, cooperando com a Justiça dos Estados Unidos. A empresa também destacou que, no Brasil, a investigação foi encerrada sem apontar qualquer tipo de irregularidade.

A investigação da Polícia Federal apontou indícios de que autoridades teriam usado sua influência em diversos postos do governo para ajudar a Saab a vencer o F-X2, a licitação da Força Aérea Brasileira para a compra de 36 novos caças.