O Pentágono confirmou o plano de enviar os caças F-16 para a Ucrânia, mas afirma que a transferência será no médio ou longo prazo
O Pentágono divulgou algumas explicações sobre a questão do possível envio de caças F-16 para a Ucrânia, tema que foi destaque no encontro do G7 em Hiroshima, Japão.
Segundo o general Pat Ryder, secretário de imprensa do Pentágano, o treinamento de pilotos e a eventual transferência dos F-16 aos ucranianos será para atender demadas de médio e longo prazo. Não sendo previsto o envio imediato de nenhum caça ocidental nos próximos meses.
"No momento, nenhuma quantidade de aviões, [ou] qualquer indicação de onde essas aeronaves virão ou quando serão entregues foi revelado", declarou Ryder.
Apesar de ainda não ter sido oficializado o fornecimento dos caças, o comando militar dos Estados Unidos esclarece que apoiará, junto aos aliados e parceiros, o treinamento de pilotos em qualquer avião que seja enviado aos ucranianos.
"O treinamento acontecerá fora da Ucrânia em locais na Europa. Mas em termos de, quando esse treinamento começará, como esses jatos serão fornecidos, quem os fornecerá, continuamos trabalhando com nossos parceiros internacionais nessa frente", explicou Ryder.
Atualmente os pilotos ucranianos tem na linha de frente alguns poucos caças MiG-29 e Sukhoi Su-27, ambos da primeira geração, sendo que a maioria foi destruído ou imobilizado logo no início da guerra.
A migração para modelos ocidentais, ou menos novas gerações dos mesmos caças, exige um complexo curso que incluí instruções teóricas e práticas para operar os aviões. Além disso, os pilotos ainda deverão passar por um complexo processo de instrução de táticas de combate. A Ucrânia solicita o envio dos F-16 desde o começo da guerra, mas o tema sempre foi considerado sensível.
Apenas em 2023 foi confirmado a transferências de alguns caças MiG-29 aos ucranianos para repor a frota do país.
Moscou já anunciou que o fornecimento de caças F-16 aos militares da Ucrânia teria "riscos colossais". A linha de ameaças do Kremelin tem sido crescente com aumento do apoio militar a Kiev. Entre as retóricas continua a possibilidade de emprego de armas nucleares, o que é visto como pouco provável por diversos analistas. Um eventual ataque atômico teria retaliação mesmo de aliados de Moscou, visto o potencial de danos secundários criados pela radiação.
Por André Magalhães
Publicado em 24/05/2023, às 13h15
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