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Ameaça global

Empresas aéreas chinesas demitem pilotos diante de surto do coronavírus

China Southern Airlines e Cathay Pacific sentem primeiros efeitos da suspensão de viagens na China continental


O surto do coronavírus que atingiu a China levou a uma rápida degradação na procura por viagens para o sudeste asiático, forçando diversas companhias aéreas a iniciarem cortes de funcionários ou sugerirem férias coletivas não-remuneradas.

A China Southern Airlines, a maior empresa aérea chinesa, anunciou a demissão de 220 pilotos estrangeiros sob alegação da drástica redução da procura por viagens. A empresa foi forçada a cortar até dois terços de seus voos por causa de restrições relacionadas ao coronavírus.

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A principal companhia aérea de Hong Kong, a Cathay Pacific, foi além e sugeriu que seus mais de 27.000 empregados tirem três semanas de férias não-remuneradas. A empresa alega que pretende reduzir o impacto financeiro da perda de receitas com a redução de voos. O gerente geral da Cathay, Augustus Tangnesta, alegou que a medida tem objetivo evitar a propagação do novo coronavírus e reduzir os efeitos no caixa da companhia.

A Cathay Pacific teve suas operações severamente afetadas no final de 2019 pelas manifestações violentas que tomaram conta de Hong Kong, que se somam aos impactos negativos do coronavirus. A empresa passa por um de seus momentos mais difíceis, com impacto direto em suas operações. “Não sabemos quanto tempo vai durar. Com uma perspectiva tão incerta, preservar nosso fluxo de caixa é agora a chave para proteger nosso negócio", afirmou Tangnesta, em mensagem de vídeo enviada aos funcionários da empresa.

A Cathay deverá reduzir em até 90% sua oferta de voos para a China continental, considerado seu principal mercado. A empresa também negocia com seus fornecedores novos termos de contrato, enquanto analisa quais medidas serão tomadas no médio prazo.

O impacto nas operações aéreas para a China deve tomar proporções ainda maiores após o Departamento de Estado norte-americano emitir um parecer onde solicita que os cidadãos dos Estados Unidos “não viajem para a China em meio ao surto de coronavírus”. O alerta de nível 4 (o mais alto), cita o fato de que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de coronavírus emergência global.

A American Airlines e a United Airlines anunciaram a suspensão de todos os voos com destino a Hong Kong e China continental ao menos até o dia 20 de fevereiro.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 05/02/2020, às 11h02 - Atualizado às 11h19


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