Caso o cronograma VC-25B atrase novamente, as duas aeronaves devem ser entregues somente após a gestão Trump
Eleito o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltará a utilizar o clássico Boeing 747-200 (VC-25A) da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), também conhecido como Air Force One.
O retorno de Trump trouxe também à tona a questão dos dois novos aviões presidenciais dos Estados Unidos (VC-25B), encomendados durante o seu primeiro mandato em 2018. O avião também foi alvo de polêmica por conta da sua nova identidade visual, diferindo-se do atual padrão adotado. Ainda não se sabe se Trump trocará mais uma vez a pintura da aeronave.
Os atuais VC-25 (Boeing 747-200), na ativa desde 1990, substituíram Boeing 707 na missão VIP e estão se tornando cada vez mais onerosos para manter em operação, ainda mais por se tratar de um avião com tecnologias e requisitos operacionais específicos.
O novo Air Force One será baseado na plataforma do 747-8, encomenda que está sob domínio da Boeing, mas enfrenta uma série de atrasos no seu cronograma. Com a data prevista para meados de 2014, a última previsão apontava para setembro de 2028, entretanto, é bastante provável que o atual cronograma não seja cumprido.
Tanto a Boeing quanto a Força Aérea dos Estados Unidos se recusaram a dar ao Wall Street Journal o cronograma preciso do programa VC-25B, mas fontes próximas ao assunto disseram que o projeto pode ser entregue somente após 2029, período em que Trump não estará mais na Casa Branca.
Entre as alegações do atraso estão os impactos da pandemia de covid-19, que comprometeu a cadeia de suprimentos e forçou uma redução na força de trabalho, bem como outras questões internas da Boeing. A USAF, a força aérea dos Estados Unidos, afirmou que ajustou o cronograma definindo novos limites de prazo. "As novas datas limite são setembro de 2027 para a primeira aeronave e fevereiro de 2028 para o segundo, um atraso de 36 meses", explicou a força aérea em 2022.
Os novos VC-25B serão baseados em dois Boeing 747-8 que haviam sido encomendados para a extinta empresa aérea russa Transaero. Os aviões jamais foram entregues, ficando por vários meses estocados no deserto. Ainda na gestão do presidente Barack Obama, as aeronaves foram oferecidas para o governo norte-americano.
A compra só ocorreu por se tratarem de dois aviões exatamente iguais e que jamais haviam sido operados e sequer saíram dos Estados Unidos. Atualmente, os dois 747-8 passam por um complexo processo de modificação, que inclui a instalação de diversos e modernos sistemas de segurança, sala de reuniões, escritório presidencial, ambulatório médico, entre uma série de itens mantidos em absoluto segredo.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 13/12/2024, às 16h34
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