Boeing 757 tornou-se símbolo de Trump e instrumento na corrida para a Casa Branca também em 2024
Conhecido como "Trump Force One", o Boeing 757-200 mais famoso do mundo tornou-se símbolo de Donald Trump ao ser utilizado durante a campanha presidencial de 2016, virando praticamente sua marca.
Adquirido em 2011 pelo empresário e agora presidente eleito Donald Trump. O avião recebeu esta alcunha em referência ao Air Force One, o Boeing 747 utilizado pelos presidentes dos Estados Unidos.
Construído em 1991, o bimotor foi registrado nos EUA com a matrícula N757AF. Inicialmente entregue à companhia aérea dinamarquesa Sterling Airlines, o avião foi operado depois pela mexicana Taesa e, nos idos de 1995, transformado em jato corporativo para o cofundador da Microsoft, Paul Allen.
Quando adquirido por Trump, o avião passou por uma remodelação luxuosa que incluiu revestimentos em ouro de 24 quilates, uma excentricidade de Trump na época.
Configurado para acomodar 43 convidados, o B757 de Trump possui sala de jantar, banheiro, quarto principal e uma área de estar. Desde o princípio, o republicano pretendia usá-lo em uma campanha presidencial em 2012, mas, após desistir, o avião foi resguardado até a campanha de 2016. Ao assumir a presidência, ele passou a usar o Boeing VC-25, que é a versão militar do B747 e utilizado pelos presidentes dos EUA.
Após anos de uso pela Trump Organization, o Boeing 757 foi colocado em armazenamento (long-term storage) em 2019, ficando estacionado no aeroporto de Stewart, em Nova York, até 2021.
Durante esse período, a aeronave teve um dos motores Rolls-Royce RB211 removido, o que gerou certa dificuldade para a realização de manutenções no propulsor. Quando um motor substituto foi encontrado, o avião foi transferido para uma base de manutenção na Louisiana para um serviço completo de restauração.
Já em 2021, o bilionário anunciou a retomada do uso de seu Boeing 757, com atualizações de pintura e um novo design que substituiu o “T” na cauda por uma bandeira dos Estados Unidos.
Cerca de um ano após, o avião retornou aos céus e foi visto em West Palm Beach, Flórida. Desde então, jato corporativo tem sido usado em eventos e compromissos públicos, incluindo aí viagens para aparições em tribunais em Nova York e Washington, D.C.
O uso frequente do "Trump Force One" em campanhas e compromissos judiciais trouxe bastante visibilidade ao maduro jato de 33 anos. Neste ano, por exemplo, o Boeing acumulou mais de 70 voos, principalmente entre Palm Beach e a área de Nova York.
Segundo o site de rastreamento de voos JetSpy, ele completou 133 horas de voo até então, mostrando a importância e disponibilidade do icônico avião como um verdadeiro ativo estratégico para Donald Trump.
Por Micael Rocha
Publicado em 06/11/2024, às 07h39
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