Estados Unidos e União Europeia formalizaram acordo preliminar e agora miram contra a China
Por 17 anos Boeing e Airbus travaram uma disputa referente aos subsídios ilegais concedidos pelos EUA e Europa
Após dezessete anos os Estados Unidos e a União Europeia encerraram uma disputa envolvendo a Boeing e Airbus. O acordo poderá por fim as sobretaxas impostas em ambos os lados contra produtos aeroespaciais do concorrente.
Por ora, tanto Washington quanto Bruxelas concordaram em suspender por cinco anos a disputa referente aos subsídios concedidos aos dois fabricantes. Por quase duas décadas Boeing e Airbus se acusaram mutuamente quanto ao financiamento ilegal de projetos e benefícios fiscais considerados desleais.
O final da disputa ainda envolverá a negociação de um termo comum, visando colocar um final nos processos já em andamento. Ao mesmo tempo, permitirá os Estados Unidos e a Europa focarem seus esforços em conter um rival em comum: a China.
O acordo foi anunciado em Londres, durante a reunião do G7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo. Ao mesmo tempo que ressaltava a retomada das relações comerciais, o bloco aumentou o tom contra o modelo chinês de financiamento e expansão de suas zonas de influência.
“Em vez de lutar com um de nossos aliados mais próximos, estamos finalmente nos unindo contra uma ameaça comum”, disse Katherine Tai, representante comercial dos Estados Unidos.
Um dos temores do G7 é que a China aproveite sua posição em destaque no cenário atual para ampliar suas capacidades tecnológicas no setor aeroespacial. Nos últimos anos Pequim inseriu a aviação (civil e militar) como uma das prioridades de crescimento tecnológico e independência internacional.
O Comac C919 promete obter ao menos um terço do mercado de aviação chinês, competindo diretamente com as famílias A320neo e 737 MAX, com potencial de vender mais de 3.000 aeronaves em uma década.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 15/06/2021, às 13h00 - Atualizado às 15h00
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