Existem diversos reinos espalhados pelo mundo. Conheça algumas curiosidades das respectivas forças aéreas da Realeza mundial
Embora a Grã-Bretanha seja mundialmente famosa por sua Família Real, diversos países ainda mantêm a posição de reinos e impérios, onde suas forças armadas são ligadas diretamente ao monarca. No caso Britânico, a chamada Commonwealth agrega diversos países, que mesmo independentes, como Canadá, Austrália e Nova Zelândia, ainda são súditos da Vossa Alteza Real, o agora Rei Charles III.
A Royal Air Force (RAF) é a mais famosa entre os diversos reinos do mundo, justamente pela fama do Reino Unido. Fundada em 1918, é uma das mais antigas instituições aéreas de cunho militar e passou por duas grandes guerras mundiais. Seu grande destaque ocorreu entre 1939 e 1945, quando com seus icônicos caças Spitifire, defendeu Londres da invasão alemã na Segunda Guerra Mundial.
O tempo passou, o mundo evoluiu e com a RAF não foi diferente. A era a jato chegou e projetos audacioso de novos aviões foram criados ao longo das décadas, como o Eurofighter Typhoon, feito em parceria com seus antigos rivais da Alemanha e da Espanha.
Hoje, a RAF opera, além dos Typhoon, os caças de quinta geração norte-americanos F-35 Lightning II. Uma ironia do destino, afinal, os Estados Unidos eram uma simples colônia inglesa.
Embora poucos saibam, a Holanda (ou Países baixos) é uma monarquia e a Koninklijke Luchtmacht, ou Real Força Aérea, é chamada apenas assim, sem acrescentar o nome do país.
A Real Força Aérea é uma das mais tradicionais e modernas do cenário europeu. Fundada em 1953, em sua história, operou diversas aeronaves. Na aviação de combate destaca-se o F-16 Fightning Falcon e os recém comprados F-35A.
Outro reino pouco lembrado, a Noruega, também tem sua Força Aérea Real, mas que curiosamente é oficialmente chamada de Luftforsvaret (Defesa Aérea). Sendo uma das mais antigas do mundo, fundada em 1913, hoje também é símbolo de modernidade e capacidade. Hoje a frota de caças inclui os norte-americanos F-16C e F-35A. Seu lema "Konge, Folk og Fedreland" significa: Para o Rei, o Povo e a Pátria.
A coroa sueca também entra na lista, não apenas pelo legado de independência do país nórdico, já que a Suécia é um dos reinados mais antigos da Europa, que embora tenha se formado como nação moderna em 1523, sempre prezou por sua autocapacidade militar. O país se destaca pela independência na produção de aeronaves militares, hoje representada pela família Gripen.
Fundada no ano 1926, a Svenska flygvapnet (literalmente Força Aérea Sueca) ou apenas Força Aérea, como é chamada, ainda é inspirada pelo legado dos Vikings e tem hoje como principal vetor os caças Saab Gripen C/D, mas prevê incorporar em breve os novos Gripen E, assim como o Brasil.
A Espanha também é um reinado, um dos mais antigos do mundo, com um grande legado militar e de pioneirismo. Sua força aérea faz parte da lista que compõe as forças de defesa aérea da Otan.
Fundada em 1913, o Ejército del Aire y del Espacio opera atualmente com caças Eurofighter Typhoon e o EF-18 Hornet, com a letra "E" sendo alusão a versão espanhola do F/A-18.
A Austrália embora seja um país tecnicamente independente do Reino Unido, mantém fortes ligações com a realiza britânica, sendo um dos membros mais ativos da Commonwealth. Não por um acaso a Real Força Aérea da Australiana (RAAF, na sigla em inglês) tem esse nome. Criada em 1921 a RAAF sempre teve um importante papel geopolítica na região do Indo-Pacífico, hoje principalmente como contrapenso a China.
Atualmente, a RAAF opera modernos caças F/A-18 Super Hornet, EA-18G Growler e também o modelo F-35A. O avião de alerta aéreo antecipado e controle E-7A Wedgetail foi criado pela Boeing especialmente para atender as necessidades da RAAF, mas o modelo deverá ser também o novo avião AEW&C dos Estados Unidos.
A Nova Zelândia é famosa por seu clima e paisagens, além do kiwi (o passáro) e seu espiríto guerreiro. Como parte da Commonwelth sua força aérea é chamada oficialmente de Royal New Zealand Air Force (NZAF), mas também é conhecia localmente como Tauaarangi o Aotearoa, que na língua maori quer dizer Os Guerreiros do Céu da Nova Zelândia.
Criada em 1913 a NZAF e opera atualmente uma frota de apenas 47 aviões, mas não incluí nenhum caça de primeira linha. A proteção do espaço aéreo da Nova Zelândia é feita pela RAAF, em um acordo com a Austrália.
A Força Aérea Real Tailandesa (RTAF, na sigla em inglês), ou Kong Thap Akat Thai na transliteração, merece destaque na Ásia. Estabelecida em 1913, como uma das primeira do mundo, a Royal Thai Air Force tem ampla história e se envolveu até mesmo na Guerra Vietnã, onde recebeu ajuda dos Estados Unidos.
Atualmente frota de caças da RTAF inclui os caças norte-americanos F-16, F-5 e o sueco Gripen JAS 39C.
Do outro lado do Atlântico o Canadá também é parte da Commonwealth, o que justifica a designação Royal Canadian Air Force (RCAF). Um ponto curioso é ser uma das únicas forças aéreas do mundo com dois nomes, já que também é chamada de Aviation royale canadienne (ARC), lembrando que o Canadá também tem o francês como lingua oficial. Fundada em 1924, faz parte do Comandos Aéreo da Otan, sendo uma das mais importantes forças aéreas do mundo. Entre suas responsabilidades está a defesa do norte das Américas e do Ártico, pontos estratégicos no enfrentamento com os russos.
Outra curiosidades, a frota da RCAF se caracteriza pela letra "C" antes da nomenclatura oficial dos aviões, como CF-18 Hornet, CC-117 Globemaster III, entre outros. Recentemente, o caça furtivo F-35A foi escolhido como novo caça.
A Arábia Saudita é um dos reinos mais importantes do mundo, sendo considerado um país estratégico na geopolítica global, especialmente por suas reservas de óleo e gás, assim como poder dentro do cartel da Opep, a organização dos países produtores de petróleo.
Sua força aérea, chamada oficialmente de Al-Quwwat Al-Jawiyah Al-Malakiyah as-Su’udiyah, transliteração para A Força Aérea Real Saudita (sim, incluí o artigo como parte do nome) foi criada em 1920 e ao longo de um século realizou diversas operações contra rivais, inclusive tendo participação fundamental na Operação Tempestade do Deserto, contra o Iraque, em 1991. A frota do país consiste basicamente de caças F-16, F-15S, Eurofighter Typhoon e ID Tornado. A designação "S" no F-15 é alusão a versão destinada aos Sauditas.
O Bahrein fundou sua força aérea há pouco mais de 40 anos, em 1977, e para proteger o seu diminuto espaço aéreo utiliza os caças norte-americanos F-16C. A Força Aérea Real do Bahrein oficialmente usa tanto o nome em árabe quanto em inglês, sendo conhecida internacionalmente como Royal Bahraini Air Force (RBAF).
A RBAF receberá em breve a a versão mais moderna, o F-16 Block 70, mantendo assim suas capacidades de defesa.
Omã é outro pequeno país da Península Arábica, que está situado ao sul da Arábia Sautita, em uma região de constante instabilidade política e militar. Criada em 1959, a Silāḥ al-Jaww as-Sulṭāniy ‘Umān ou Real Força Aérea de Omã, opera com modernos caças há vários anos, incluindo os F-16C, Eurofighter Typhoon e o BAe Hawk.
Uma curiosidade é que a Real Força Aérea de Omã não adota o equivalente em inglês, tendo apenas seu nome em árabe.
Sob o lema de Deus, País e Emir, justamente nesta ordem, a al-Quwwat al-Jawwiya al-Kuwaitiya, transliteração de Força Aérea do Kuwait, foi criada em 1953 e participou de importantes campanhas militares. Um dos mais emblemáticos confrontos ocorreu contra a força aérea iraquiana, quando o governo Saddam Hussein invadiu o país em agosto de 1990.
Na ocasião a força aérea do Kuwait operava com uma frota composta pelos English Electric Lightning, Hunter FGA.57, Mirage I e A-4KU Skyhawk, sendo que este último foi vendido para a Marinha do Brasil no final da década de 1990, onde voam até hoje.
Uma curiosidade final, a força aérea do Kuwait também tem seu nome oficial em inglês, como Kuwait Air Force.
Por André Magalhães e Edmundo Ubiratan
Publicado em 09/09/2022, às 16h13
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