Os voos com imigrantes deportados são mais comuns do que se imagina e contam com procedimentos extras de segurança
Na última sexta-feira (24), um voo de deportação fretado pelo governo dos Estados Unidos ao Brasil chamou a atenção devido ao tratamento dado aos brasileiros, que alegaram maus-tratos, incluindo o uso de algemas, prática que foi alvo de críticas do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
O voo em questão foi operado por um Airbus A320 da Global Crossing Airlines (Global X), companhia especializada em voos fretados para a Agência de Imigração e Controle de Fronteira (ICE, na sigla em inglês). O avião tinha como destino Belo Horizonte, mas acabou realizando um pouso intermediário em Manaus, embora fontes citem que a parada técnica estava programada.
Embora a operação até o Brasil seja geralmente realizada por aeronaves comerciais, recentemente, a gestão de Donald Trump passou a permitir o uso de aviões militares, como o Boeing C-17 Globemaster III, para esse tipo de tarefa. No entanto, oficialmente o Brasil não confirmou se aceitará a receber voos de deportação realizados com aeronaves militares.
Os voos de deportação de brasileiros dos Estados Unidos para o Brasil são coordenados pela ICE, que administra os processos de remoção de imigrantes em situação irregular nos EUA.
Por padrão, agentes de segurança da ICE acompanham os voos para garantir a ordem e o cumprimento das regras durante a viagem. O uso de algemas é aplicado como medida para assegurar a segurança do voo e a integridade dos demais passageiros.
Segundo dados da BH Airport, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (CNF), recebeu 32 voos fretados pelo governo dos EUA entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025, transportando um total de 3.660 brasileiros deportados.
A maioria dos voos foi realizada pela Global X, companhia cuja frota é majoritariamente composta por aeronaves da família A320 (A320-200/A321-200), aviões com capacidade para transportar entre 138 e 210 passageiros, dependendo da configuração.
Por fim, alguns voos podem ser organizados por companhias aéreas comerciais, mas com seções específicas reservadas para os deportados.
Por Gabriel Benevides
Publicado em 27/01/2025, às 18h02
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