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Drones sob controle

Como foi o controle de tráfego aéreo para drones durante a Fórmula 1?

Controladores de tráfego foram destacados para a coordenação dos voos entre drones e aeronaves tripuladas, durante a Fórmula 1 2024


Criação de uma posição exclusiva para coordenação entre aeronaves tripuladas e drones garantiu a segurança das operações durante a F1 2024 - Divulgação
Criação de uma posição exclusiva para coordenação entre aeronaves tripuladas e drones garantiu a segurança das operações durante a F1 2024 - Divulgação

Agilidade, destreza, atenção, disciplina e velocidade são atributos indispensáveis que cada piloto de Fórmula 1 devem possuir durante a execução de uma corrida. Não apenas os pilotos, mas também os profissionais que cuidam do espaço acima do autódromo, coordenando e garantindo a fluidez de muitos tráfegos em deslocamentos totalmente diferentes entre si.

Durante o Grande Prêmio de Fórmula 1 no Brasil, o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) coordenou operações aéreas para garantir a segurança do evento em Interlagos.

Entre os dias 1° e 03 de novembro, o Centro Regional de Controle do Espaço Aéreo Sudeste (Crcea-SE, o antigo SRPV-SP) monitorou 234 helicópteros e 84 drones próximos ao autódromo, com operações que envolveram o Aeroporto de Congonhas devido à proximidade entre os locais.

A chamada “Operação Lagos” trouxe uma novidade: a Célula Drones, que é uma posição criada para coordenar aeronaves não tripuladas das forças de segurança com o tráfego convencional, da mesma maneira que existe em outras “posições” em uma torre de controle, como a Posição Torre, Posição Solo, etc.

Os controladores de tráfego aéreo monitoravam os tráfegos essenciais (como helicópteros chegando ou partindo do autódromo) e, via rádio, expediam diversas orientações importantes aos operadores dos drones, como a decolagem de um helicóptero, setor por onde as aeronaves tripuladas estavam se aproximando, condições meteorológicas, entre outras. 

A novidade criada pelo Crcea-SE foi essencial para garantir operações seguras, integrando helicópteros e drones no mesmo espaço aéreo e atendendo às exigências da legislação vigente, especialmente no tocante à distância horizontal e vertical desses equipamentos rádio-controlados com aeronaves tripuladas.

Para dar fluidez ao tráfego de quadrimotores e RPAs (Remotely Piloted Aircraft), o Crcea-SE formou uma equipe para a Célula Drones composta por sete militares, capacitados para coordenar operações específicas e manter a consciência situacional com o Aeroporto de Congonhas, distante 9,5 quilômetros dali. 

RPA
Controladores monitoram o movimento de helicópteros nos arredores de Interlagos e passam instruções aos pilotos de drones via rádio

Tal estrutura de controle incluiu também células dedicadas ao tráfego aéreo convencional e emergências médicas (helicópteros de resgate e UTI em pronto atendimento, caso necessário), a fim de garantir um fluxo coordenado de todas as aeronaves envolvidas na operação em Interlagos em caso de uma emergência, como quando ocorre acidentes envolvendo os pilotos na competição, por exemplo.

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Além do controle de tráfego aéreo, militares também expediam informações úteis, como dados meteorológicos nas vizinhanças do local

Ao fim da 51ª corrida oficial de Fórmula 1 sediada no Brasil, a Operação Lagos permitiu aos membros do Crcea-SE avaliar positivamente o novo projeto de uma posição dedicada ao controle de tráfego aéreo envolvendo multirotores durante um evento de grande porte. Além disso, tal iniciativa complementa a já amadurecida operação de Controle do Espaço Aéreo na Fórmula 1, implementada há mais de 20 anos.

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CRCEA destacou sete profissionais para o gerenciamento de tráfego aéreo entre asas rotativas e RPAs

Por fim, a iniciativa proporciona eficiência e segurança para o tráfego aéreo nas proximidades do autódromo de Interlagos e do Aeroporto de Congonhas, um dos mais movimentados e importantes do país e da América do Sul.

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Equipe destacada pelo DECEA para as operações de Controle de Tráfego Aéreo em Interlagos, durante a F1 2024

Por Micael Rocha
Publicado em 07/11/2024, às 08h30


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