Azul dobra oferta de voos em Congonhas, número de slots aumenta 104%, de 41 para 84
Localizado no maior centro financeiro do país, o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é fundamental para as estratégias das prinicipais companhias aéreas brasileiras, no ano passado, cerca de 18 milhões de passageiros passaram pelo terminal aéreo central da capital paulista, 4 milhões abaixo do nível registrado em 2019, ano pré-crise sanitária.
Com rotas de perfil corporativo, que são uma importante fonte de receitas frente a retomada das atividades econômicas e após o aumento dos direitos de pousos e decolagens (slots) de 41 para 84, a Azul Linhas Aéreas quer decolar a procura por viagens de negócios no principal aeroporto comercial do Brasil.
Incluindo as operações da Azul Conecta, a empresa terá 98 voos diários no terminal. Gol e Latam, principais operadoras, possuem respectivamente cerca de 238 e 240 pares de slots cada uma, enquanto a Voepass tem o direito a 20 pares.
A distribuição de novas autorizações operacionais em Congonhas abrange o espólio que pertencia a Avianca Brasil que detinha 41 pares diários.
Com novos slots na capital paulista, as operações da transportadora vão aumentar em 104%. A companhia que atualmente detém 7% de participação no terminal, planeja aumentar para 15%. Para comparação, a Latam é responsável por 40% da oferta total de assentos no aeroporto.
A partir de hoje (27), com saídas do aeroporto central de São Paulo, a Azul passa a oferecer novas frequências e voos para seis destinos no Brasil, sendo Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife.
Inédita na malha da Azul, a rota entre Congonhas e Brasília é umas das principais ligações do país, atrás apenas da ponte aérea Rio-São Paulo, que passa a contar com novas frequências.
Ao todo, serão oferecidos 14 voos diários na ligação com a capital federal, sendo sete operações em cada sentido, distribuídos em horários chaves da manhã, tarde e noite. Já a ponte aérea passa a contar com 26 frequências por dia, 13 em cada trecho.
Segundo a Azul, o número de passageiros no primeiro dia de operação da nova malha disponibilizada em Congonhas será de 10 mil ante os 2 mil embarques e desembarques realizados anteriormente.
Durante apresentação para investidores realizada em Congonhas, em dezembro do ano passado, John Rodgerson, CEO da Azul, apontou a queda na demanda por viagens de negócios como um dos três fatores 'fora do controle' da companhia, além do câmbio e a alta das despesas com combustível.
Em 2022, a Azul registrou queda de 12% na demanda corporativa em relação ao período pré-crise sanitária.
Além do segmento executivo, a companhia também pretende aumentar sua capilaridade com voos para Belo Horizonte e Recife, dois dos seus principais centros de conexões (hubs) no país, que receberão respectivamente 16 e 8 voos diários.
A retomada dos voos para Curitiba e Porto Alegre é outro destaque na malha da empresa. Serão dez voos por dia, cinco em cada sentido, em ambas as capitais da Região Sul.
"Congonhas já foi considerado o 2º megahub mais pontual do mundo e é um dos aeroportos que mais movimentam voos de negócios do país, além de ser um terminal aéreo estratégico para a companhia. Com a ampliação, vamos conectar ainda mais a maior metrópole do Brasil com diversos destinos da nossa malha, inclusive os locais mais remotos, além de oferecer um serviço de bordo diferenciado aos nossos Clientes", afirma John Rodgerson, CEO da Azul Linhas Aéreas.
Com o incremento das operações da Azul em Congonhas, as três principais companhias do país vão deter cerca de 95% da atividades dos aeroportos centrais de São Paulo e do Rio de Janeiro.
A Azul encerrou o ano de 2022 com 28% de participação no mercado doméstico. Para 2023, a companhia projeta uma receita recorde de R$ 20 bilhões e um EBITDA de R$ 5 bilhões cerca de 40% maior que o obtido em 2019.
Por Wesley Lichmann
Publicado em 27/03/2023, às 10h44
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