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Cortes em dente de serra no pós-combustor

China evolui no desenvolvimento de motores comerciais e militares

O pais tem feito progressos com seu propulsor para o caça stealth J-20 de fabricação local




Este motor se caracteriza pelo duto em dente de serra do pós-combustor e flaps internos para dirigir o fluxo de saída dos gases. Uma vez colocados em serviço, os novos J-20 vão mostrar que a China dominou a maior parte da tecnologia dos aviões de caça, incluindo radares, fuselagem stealth, mísseis, computadores e motores.  

O motor WS-10X (de possível designação official WS-10G ou WS-10IPE) tem cortes em dente de serra em seu pós-combustor, como o motor F119 do F-35, que assim ganha em capacidade stealth por dirigir as ondas de radar para longe dos dutos de descarga. A falta deste perfil em aeronaves destituídas de características stealth, como os atuais motores russos AL-31 são os maiores responsáveis pela imagem da aeronave refletida pelo radar.

O novo motor chinês comparado aos motores da jato para caças europeus e norte-americanos. Estima-se que o empuxo do motor WS-10X seja de 14 a 15 toneladas. É o suficiente para permitir ao J-20 um voo supersônico de super-cruzeiro de Mach 1.0 a 1.2. O Eurofighter “Typhoon” tem capacidade semelhante, o que significa que pode atingir velocidades supersônicas sem utilizar os pós-combustores de elevado consumo de combustível.

Os motores F135 atuais geram 28.000 libras em condições normais, mas até 43.000 libras com o uso do pós-combustor. A Pratt&Whitney está cooperando com a Marinha dos EUA em um programa para aumentar o empuxo em 7% a 10% e reduzir o consumo de combustível em 5% a 7%. O programa de aprimoramento inclui a melhoria na tecnologia de resfriamento das palhetas da turbina para aumentar a longevidade do motor e reduzir significativamente os custos de manutenção.

Para um segundo lote (“Block 2”), o fabricante está trabalhando com o Programa de Transição do Motor Adaptável da Força Aérea dos EUA (USAF), cuja meta é inserir a tecnologia a um motor com 45.000 lb de empuxo destinado a um caça de sexta geração.

A China está se beneficiando do maior acesso a novos materiais. A empresa privada Chengdu Aerospace Superalloy Technology Company (CASTC) registrou um avanço revolucionário na pesquisa de superligas com a fabricação de palhetas de turbina de cristal único em superligas rênio-níquel. A adição do rênio ao níquel aumenta o ponto de fusão da liga permitindo uma operação mais eficiente do motor. 

Superligas com alto conteúdo de rênio são utiizadas em motores leves de empuxo elevado como o turbofan F109 do F-22 “Raptor”. O desenvolvimento de motores chineses como o WS-10 sofreram atrasos no passado devido à carência nos controles de qualidade relativos a plalhetas de turbina de cristal único.

Por Ernesto Klotzel
Publicado em 15/09/2017, às 10h55 - Atualizado às 12h06


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