AERO Magazine
Busca

Conquista científica

Cápsula da NASA com amostras de asteróide pousa no deserto de Utah

Amostras do asteróide Bennu foram coletadas pela NASA em 2020 e irão ajudar nos estudos da história do Ssistema Solar


Esta foi a primeira missão norte-americana com o retorno de amostras de um asteróide - NASA/Keegan Barber
Esta foi a primeira missão norte-americana com o retorno de amostras de um asteróide - NASA/Keegan Barber

A cápsula da OSIRIS-REx da NASA, contendo amostras do asteróide Bennu, pousou na Terra ontem (25), no deserto de Utah, nos Estados Unidos, após sete anos de viagem.

A missão OSIRIS-REx teve início em 2016 quando foi lançada pela NASA do Complexo de Lançamento 41, da Estação da Força Aérea no Cabo Canaveral, na Flórida. A sonda chegou ao asteróide Bennu em 2018 e passou dois anos em sua órbita realizando uma série de  estudos. Em 20 de outubro de 2020 foi feita a coleta de amostras do asteróide e no dia 10 de maio de 2021, foi iniciada a viagem de retorno a Terra.

O asteróide Bennu é considerado o mais perigoso no Sistema Solar, visto que por seu porte e órbita, poderá atingir a Terra no final do próximo século. As chances de colisão são, 1 em 1.750 para os próximos 300 anos, embora exista uma chance maior do meteoro atingir o nosso planeta em 24 de setembro de 2182, ou seja, daqui 159 anos.

Embora o risco de colisão seja estatisticamente pequeno, o Bennu com mais de 500 metros de extensão, poderia destruir completamente uma cidade do porte de São Paulo.

A cápsula da NASA entrou na atmosfera terrestre com uma velocidade superior a 44.000 km/h e na fase final um paraquedas foi acionado, permitindo um pouso suave em uma área militar. Após ser recolhida pelas equipes da agência, a cápsula foi levada para uma sala especial e seguirá para Houston, no Texas, para estudos. Os primeiros relatórios devem sair em outubro.

“Parabéns à equipe Osiris-REx por uma missão perfeita – o primeiro retorno de amostra de asteróide na história – que aprofundará nossa compreensão da origem do nosso sistema solar e sua formação", disse  Bill Nelson, administrador da NASA.

É estimando que as amostras coletadas do Bennu são de aproximadamente 250 gramas, mas dados mais exatos serão divulgados nesta semana pelos cientistas.

NASA
Coleta das amostras foi transmitida ao vivo - NASA

"O asteróide é um remanescente da formação tumultuada do Sistema Solar e é diferente de todas as rochas que podemos encontrar na Terra. Em nosso planeta, o clima, a erosão e as placas tectônicas apagaram as evidências da formação da Terra. Assim, as rochas de Bennu oferecem-nos uma visão da nossa própria história – uma época há cerca de 4,5 bilhões de anos, quando a Terra estava se formando", explicou a agência espacial espacial.

Vale ressaltar que apenas a cápsula com as amostras retornou, a sonda Osiris-REx continuará sua missão e irá estudar o asteróide Apophis.

A missão de retorno de amostras é inédita para a NASA, mas já houve outra missão similar, realizada com sucesso, no caso pela agência espacial japonesa JAXA, com a Hayabusa 2.

Por André Magalhães
Publicado em 25/09/2023, às 13h20


Mais Notícias