Em manobra considerada perigosa, Sukhoi Su-27 passou a 1,5 metro de um Lockheed EP-3 sobre águas internacionais perto da fronteira da Rússia
Com o aumento das tensões entre si, Estados Unidos e Rússia intensificaram as missões de reconhecimento e patrulha no mar Negro, com a retomada das provocações em voo. O Departamento de Estado norte-americano divulgou um vídeo de apenas 5 segundos em que um Sukhoi Su-27 da força aérea russa se aproxima rapidamente de um Lockheed EP-3 Aries da marinha dos Estados Unidos.
De acordo com comunicado, a interceptação ocorreu em águas internacionais e foi considerada insegura pela proximidade que o caça passou do avião interceptado. As autoridades apontam uma distância de apenas 1,5 m entre as aeronaves.
A 6ª frota do US Naval Forces Europe-Africa, responsável pela aeronave e pela missão, afirmou que o Su-27 atravessou diretamente a trajetória de voo do EP-3, que encontrou a esteira de turbulência do caça russo imediatamente.
O temor das autoridades norte-americanas é o de uma colisão em voo, que possa comprometer a segurança dos tripulantes. “Chamamos a Rússia para cessar essas ações inseguras, que aumentam o risco de erros de cálculo, colocando em perigo as tripulações de ambos os lados”, afirma a nota.
O Ministério da Defesa russo rebateu as acusações dizendo que o caça agiu estritamente em conformidade com as regras internacionais para o uso do espaço aéreo e não houve qualquer evento preocupante.
Os Estados Unidos afirmam que o EP-3 Aries estava operando dentro do direito internacional, seguindo o INCSEA (Agreement for the Prevention of Incidents On and Over High Seas), o acordo internacional de 1972, que prevê condutas para operações em alto-mar, inclusive no espaço aéreo acima de águas internacionais.
A operação de acompanhamento do EP-3 durou 2h40 de acordo com ambos os lados. Porém, Moscou afirma que após a interceptação o piloto russo identificou o modelo e origem da aeronave, passando a acompanhá-lo durante todo o tempo que esteve próximo à fronteira russa. O objetivo seria evitar que o avião dos Estados Unidos violasse o espaço aéreo da Rússia, mantendo e observando as medidas de segurança internacionais e da própria força aérea.
Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 01/02/2018, às 08h00 - Atualizado às 08h47
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