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Brasil avança em novo conceito para modernizar o tráfego aéreo até 2026

O conceito de PBCS do DECEA reduzirá distâncias entre aeronaves e contribuirá para uma aviação mais sustentável e eficiente


Com o PBCS, aeronaves em áreas remotas terão separações menores, aumentando a capacidade do espaço aéreo no Oceano Atlântico - DECEA/Divulgação
Com o PBCS, aeronaves em áreas remotas terão separações menores, aumentando a capacidade do espaço aéreo no Oceano Atlântico - DECEA/Divulgação

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) implementará, até 2026, o conceito de Performance-Based Communication and Surveillance (PBCS) na FIR Atlântico, visando aumentar a eficiência e segurança do tráfego aéreo entre a América do Sul e a Europa.

O PBCS é uma solução inovadora que utiliza tecnologias de comunicação e vigilância por enlace de dados, permitindo uma redução das separações entre aeronaves em áreas remotas, como o Oceano Atlântico, onde a cobertura radar é limitada.

O PBCS oferece uma abordagem moderna para o controle do tráfego aéreo, utilizando tecnologias avançadas de comunicação e vigilância por enlace de dados. Esse sistema possibilita a redução das separações entre aeronaves em áreas onde o controle por radar e VHF não é viável. Dentro do Programa SIRIUS Brasil, o país comprometeu-se a implementar o PBCS na FIR Atlântico até 2026, cobrindo uma das maiores áreas de controle de tráfego aéreo do mundo, que inclui importantes rotas entre a Europa e a América do Sul, como o corredor EUR/SAM e a Área de Rotas Aleatórias RNAV do Oceano Atlântico (AORRA).

A grande inovação do PBCS é a integração de sistemas como o CPDLC (Controller-Pilot Data Link Communications) e o ADS-C (Automatic Dependent Surveillance-Contract), já operacionais na FIR Atlântico. Essa tecnologia traz benefícios imediatos, como economia de combustível, redução das emissões de gases poluentes e uma melhor capacidade de gestão do tráfego aéreo.

A implementação ocorrerá em duas fases. Na primeira fase, será adotada uma separação longitudinal de 5 minutos, com separação lateral de 50 milhas náuticas (NM). Na segunda fase, a separação longitudinal será reduzida para 30 NM, enquanto a separação lateral será ajustada para 23 NM entre aeronaves elegíveis. Essas alterações pretendem otimizar o uso do espaço aéreo, mantendo altos padrões de segurança e eficiência operacional.

Para que as aeronaves possam se beneficiar dessa nova abordagem, elas deverão estar equipadas com tecnologias de comunicação e vigilância certificadas, atendendo aos parâmetros específicos de RCP (Required Communication Performance) e RSP (Required Surveillance Performance).

Por Gabriel Benevides
Publicado em 14/03/2025, às 20h03


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