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Futuro dissuasor

B-21 Raider: O novo bombardeiro dos EUA

O bombardeiro B-21 Raider será um novo fator de dissuasão dos EUA e terá capacidade nuclear


Apenas imagens frontais foram lberadas, talvez paranão revelar muitos detalhes do ousado projeto - Northrop Grumman
Apenas imagens frontais foram lberadas, talvez paranão revelar muitos detalhes do ousado projeto - Northrop Grumman

O mundo conheceu ontem (2), o mais novo bombardeiro dos Estados Unidos, o B-21 Raider. A cerimônia de apresentação ocorreu na Plant 42, localizada em Palmdale, na Califórnia, às 22h (horário de Brasília).

O evento começou com a execução do hino nacional e com o sobrevoo dos três bombardeiros dos Estados Unidos, começando com o veterano B-52H, que inclusive apareceu no Flight Radar 24 e foi o avião mais acompanhado naquele momento. Em seguida o supersônico B-1B Lancer e, por fim, o furtivo B-2A Spirit.

A presidente da Northrop Grumman, Kathy Warden, fez o discurso inicial e logo autorizou o início da cerimônia de roll out.

Em um grande hangar e com música temática o B-21 Raider surgiu coberto. Ao ser revelado  a cor cinza clara chamou a atenção, constrantando com o tom esverdeado do B-2 e a pintura cinza dos B-1 e B-52H. Após ser rebocado alguns metros para fora do hangar foi possível notar algumas diferenças estruturais em relação ao B-2A, como janelas, entrada de ar, perfil da área central da fuselagem e das asas, entre outras.

“O B-21 Raider define uma nova era em tecnologia e fortalece o papel dos Estados Unidos de entregar a paz por meio da dissuasão", disse Warden.

B-2A
B-2A apresentado pela própria Northrop em 1989, tem um valor unitário superior aos US$ 2 bilhões - USAF

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin fez consideráveis afirmações sobre o fator de dissuasão da USAF com o novo avião, reafirmando a superioridade tecnológica do arsenal dos Estados Unidos.

"Este não é apenas mais um avião. Não é apenas mais uma aquisição. É a personificação da determinação dos EUA em defender a república que todos nós amamos. É uma prova de nossa estratégia de dissuasão, com recursos para apoiá-la,sempre e em qualquer lugar", afirmou Austin.

O nome Raider é em homenagem ao histórico Doolittle Raider, a audáciosa missão de ataque ao Japão em 1942, quando os aviadores da Força Aérea do Exército dos EUA (USAAF) decolaram de um porta-aviões com os bombardeiros B-25 e atacaram Tóquio. Os pilotos ficaram conhecidos por seu ousado ataque surpresa contra o Japão durante a Segunda Guerra Mundial.

O B-21 apresentado é o primeiro exemplar, que ainda deverá passar por complexos testes de validação antes mesmo do primeiro voo. Atualmente seis unidades estão em fases diferentes de montagem. A Northrop não confirmou quais e quantos aviões vão participar da campanha de ensaios em voo e nem os prazos para serem entregues para a USAF.

O modelo operacional deverá ter diferenças em relação a este primeiro protótipo.

De acordo com o fabricante o primeiro voo está previsto para 2023 e deverá ter como destino a pista principal da base aérea de Edwards, localizado poucos quilômetros da Plant 42 que é um dos componentes de desenvolvimento dentro do complexo militar.

No evento também haviam aeronaves construídas pela Northrop Grumman, bem como projetos que a empresa foi parceira, como por exemplo o caça naval voltado para guerra eletrônica EA-18G Growler, produzido pela Boeing.

Saiba mais...

Pouco se sabe deste avião, mas a empresa divulgou 10 pontos relevantes sobre o novo bombardeiro da USAF. Alguns deles são:

  • Sexta Geração: O fabricante considera o B-21 como a primeira aeronave de sexta geração do mundo graças a nova geração de tecnologias furtivas, recursos avançados de rede e uma arquitetura de sistemas abertos. Todavia, o conceito de geração é aplicado apenas aos caças, o que torna a sexta geração muito mais uma questão de marketing.
  • Arquitetura aberta: Um diferencial do Raider será a forma inovadora de código aberto, onde a atualização, ao contrário de outros aviões, poderá incorporar novas tecnologias, armas e capacidades por meio de atualizações de software fornecido por terceiros.
  • Espinha Dorsal: No futuro o B-21 Raider será a espinha dorsal dos bombardeiros norte-americanos, como um considerável fator de dissuasão, com capacidade de transporte e uso de armas nucleares, que o tornará uma das tríades nucleares dos EUA.
  • Capacidade ampliada: O fabricante afirma que o bombardeiro não será somente um transportador e liberador de bombas, mas também cumprirá missões de vigilância, inteligência, reconhecimento e ataque eletrônico.
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Por André Magalhães
Publicado em 03/12/2022, às 08h15


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