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Destruição ambiental

Avião ingressa em nuvem laranja gerada pelos incêndios na Austrália

Fumaça e fuligem levam a formação de densas camadas de nuvens em grande parte do país


Nuvem de fumaça gera luz laranja durante incêndio florestal na Austrália | Foto: Hua Tuo, reprodução ABCNews

Os incêndios florestais na Austrália que consumiram mais de 12 milhões de acres geraram uma densa camada de nuvens em grande parte do país. Os passageiros de um voo da Qantas Airways, a empresa de bandeira australiana, que voava de Melbourne para Canberra, foram surpreendidos por uma cena inusitada quando o avião cruzou por uma dessas nuvens de fumaça e fuligem.

A visibilidade restrita a zero chamou atenção pela cor laranja vivo que tomou conta do interior da aeronave. A refração da luz no interior da nuvem de fumaça gerou a propagação da cor laranja, em uma intensidade superior ao do pôr do sol. Na sequência houve um bloqueio total da luz e uma forte turbulência.

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Cumulonimbus flammagenitus 

Conhecida como Cumulonimbus flammagenitus (Cb Fg) a nuvem que o voo da Qantas encontrou é um dos tipos mais comuns do chamado Pirocúmulo, uma formação meteorológica causada pelo intenso aquecimento do ar por incêndios florestais ou vulcões. O calor intenso permite uma forte convecção, elevando de maneira abrupta uma grande massa de ar as camadas mais altas da atmosfera, até atingir um ponto de estabilidade na presença de umidade. A condensação da umidade do ambiente somada a evaporação em larga escala gerada pela queimada gera uma nuvem com grande desenvolvimento vertical.

Não raro as nuvens tipo Cumulonimbus flammagenitus atigem níveis mais elevados da troposfera, podendo levar a precipitação de fortes chuvas e queda de granizo. Além disso, existe uma forte atividade elétrica no interior da nuvem. A luz do sol é desviada no interior da nuvem, ganhando colorações diversas, dependendo da composição das partículas sólidas presentes em seu interior.

O voo da Qantas não sofreu nenhum risco, embora usualmente os pilotos desviem de grandes formações meteorológicas.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 06/01/2020, às 14h00 - Atualizado às 16h59


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