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Aeroportos versus Empresas Aéreas

Associacão de aeroportos rebate críticas sobre aumento das tarifas

ACI World afirma que setor aeroportuário foi um dos mais prejudicados e que trabalhou para manter a viabilidade da aviação


Aeroporto de Belo Horizonte-Confis

Aeroportos trabalham para manter o equilíbrio financeiro após a esclada da crise nos últimos meses

A elevação nas tarifas aeroportuárias de todo o mundo foi questionada pela IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo), ao afirmar que a medida poderia impactar negativamente no crescimento das viagens aéreas.

Em resposta às declarações feitas na Assembleia Geral Anual da IATA, o diretor-geral do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI World), Luis Felipe de Oliveira, afirmou que da mesma forma que as companhias aéreas tiveram grandes perdas, os aeroportos também passam por grande estresse financeiro e tiveram que realizar cortes drásticos para manter suas operações.

"Depois de um período em que houve colaboração e união sem precedentes de aeroportos e companhias aéreas para sobreviver a esta crise e reconstruir a confiança dos passageiros, é decepcionante ouvir este tom de declarações vindas da IATA”, disse Oliveira.

Um dos entraves para o setor aeroportuário, segundo a ACI World, é que ao contrário das empresas aéreas que receberam uma série de incentivos e apoios por parte dos governos locais, os aeroportos não receberam a mesma atenção. Para manter as instalações funcionando e seguras para operar voos de carga e humanitários durante a

pandemia, por exemplo, os aeroportos assumiram custos adicionais em um momento de queda abrupta da receita.

“Afirmações feitas sobre a indústria aeroportuária estão fora de contexto e não refletem os esforços feitos pelos aeroportos para apoiar o ecossistema da aviação durante a pandemia”, disse Oliveira.

Por sua dinâmica de negócios os aeroportos exigem investimentos constantes em infraestrutura e não puderam realocar sistemas e terminais para áreas remotas aguardando uma melhora da demanda. As empresas aéreas puderam desativar aeronaves menos eficientes e estocar parte da frota, evitando custos gerais. Os aeroportos mantiveram suas instalações funcionando, mesmo que com áreas fechadas, exigindo assim manutenção e investimentos similar ao que haveria em uma operação normal. Isso se traduz em uma alta proporção de custos fixos.

Ainda assim, segundo a ACI World, uma pesquisa recente em todas as regiões do mundo e diferentes tamanhos de aeroportos em termos de níveis de tráfego mostrou que a maioria dos aeroportos, com quase 70% deles implementando alguma forma de incentivos em seus esquemas de cobrança aeroportuária para lidar com os impactos da crise global e dar suporte à recuperação. Além disso, durante 2020, muitos operadores aeroportuários adiaram ou renunciaram a certas taxas aeroportuárias em apoio as companhias aéreas.

A ACI World afirma que dados da própria IATA mostram que, no auge da crise, houve, na verdade, uma redução nas taxas de uso como proporção dos custos das companhias aéreas. Uma análise das taxas, que contêm tanto o controle de tráfego aéreo quanto as taxas aeroportuárias, mostra que estas taxas representam cerca de 5% dos itens de custo de uma companhia aérea em 2020, e esta parcela diminuiu em relação aos níveis de 2019, anteriores à pandemia.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 08/10/2021, às 14h00 - Atualizado às 15h20


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