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Pioneiro sul-americano

Argentina aposenta seu principal avião de ataque

Pucará se destacou por sua versatilidade em diversas operações, incluindo na Guerra das Malvinas


Argentino Pucará foi um dos mais versáteis aviões de ataque ao solo por várias décadas

A força aérea da Argentina vai aposentar o IA-58 Pucará, sua principal aeronave de ataque leve. O modelo que completou 50 anos em agosto, deixará o serviço ativo após as 20 unidades ainda operacionais atingirem o número máximo de horas previstas para célula e assento ejetável.

A aeronave foi desenvolvida pela Fábrica Militar de Aviones (FMA) em meados da década de 1960, quando o fabricante se destacava como um dos únicos com capacidade de produzir aeronaves avançadas no hemisfério sul. O primeiro voo do protótipo AX-2 ocorreu 20 de agosto de 1969, coincidentemente quase simultaneamente a criação da Embraer.

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O primeiro protótipo foi equipado com dois motores turbo-hélices Garrett TPE331I/U-303 de 904 shp, enquanto o segundo protótipo recebeu os motores Turbomeca Astazou XVIG de 978 shp, que acabaram sendo adotados pelos modelos de série.

A aeronave foi equipada com dois canhões de 20 mm Hispano-Suiza HS.804 e quatro metralhadoras 7.62 mm FN Browning, além de contar com três pontos duros, um central com capacidade para até 1.000 kg de armamento e dois pilones sob asa asas para 500 kg, cada.

Ainda que bastante limitado para uma guerra moderna, o Pucará se destacava por sua performance, podendo atingir 270 nós (430 km/h) de velocidade de cruzeiro e raio de ação em combate de 190 nm (350 km).

O desenvolvimento foi marcado pela instabilidade política da Argentina, marcada pela ascensão de militares ao poder e de grupos paramilitares armados agindo como forças de oposição.

Criado como uma aeronave versátil de ataque ao solo, voltada paras as necessidades da força aérea argentina, o modelo foi amplamente utilizado contra a grupos rebeldes. Durante a Guerra das Malvinas, em 1982, a aeronave se mostrou uma eficiente plataforma de ataque contra alvos terrestres e sua capacidade de operar em pistas curtas e não preparadas permitiu a Argentina obter alguns êxitos em seus ataques a instalações britânicas. Porém, seu emprego em combate aéreo contra os Sea Harrier ingleses se provou um fracasso. Ainda assim, ao final do conflito a Argentina havia perdido apenas quatro aeronaves em combate aéreo. A maior parte dos aviões foram sabotados por equipes SAS britânicas.

Mesmo atravessando grave crise política e econômica a Argentina conseguiu negociar o Pucará com a Colômbia, Sri Lanka e Uruguai, sendo que os dois primeiros que empregaram a aeronave com sucesso em diversas operações de combate. Durante o desenvolvimento do projeto Sivam, de defesa da Amazônia, o governo brasileiro estudou a compra do modelo em 1990. Posteriormente a FAB optou pelo desenvolvimento do Super Tucano.

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Por Edmundo Ubiratan | Fotos: Divulgação
Publicado em 02/09/2019, às 12h00 - Atualizado em 03/09/2019, às 17h04


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