Segundo a IATA, o transporte aéreo global registrou forte alta em abril, com crescimento de 5,8% na carga e 8% na demanda por passageiros
O transporte aéreo global registrou forte crescimento em abril, com alta de 5,8% na demanda por carga e de 8% no transporte de passageiros, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (30) pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
De acordo com o relatório mensal da entidade, a demanda por carga aérea, medida em toneladas de carga por quilômetro (CTK), avançou 5,8% em relação a abril de 2024. A capacidade, em toneladas de carga disponível por quilômetro (ACTK), teve alta de 6,3%. No segmento internacional, os crescimentos foram de 6,5% e 6,9%, respectivamente.
Segundo a IATA, a demanda sazonal por itens de moda e bens de consumo, adquiridos antes da entrada em vigor de mudanças tarifárias nos Estados Unidos, além da redução dos preços do combustível de aviação, impulsionaram o transporte aéreo de carga.
“Com a capacidade disponível em níveis recordes e a melhora nos rendimentos, as perspectivas para o transporte aéreo de carga são animadoras”, disse Willie Walsh, diretor geral da IATA. No entanto, ele ponderou que as tensões no comércio mundial e as alterações na política comercial americana podem impactar a dinâmica do setor nos próximos meses.
Na análise regional, as transportadoras da América Latina registraram o maior crescimento da demanda por carga aérea, com avanço de 10,1% em abril na comparação anual. A capacidade também subiu, com alta de 8,5%.
No transporte de passageiros, a demanda global, medida em passageiro pagante por quilômetro (RPKs), aumentou 8% em abril frente ao mesmo mês de 2024. A capacidade, em assentos disponíveis por quilômetro (ASKs), subiu 6,5%. Com isso, a taxa de ocupação global alcançou 83,6%, um acréscimo de 1,1 ponto percentual.
A demanda internacional cresceu 10,8%, acompanhada por um aumento de 8,5% na capacidade, resultando em uma taxa de ocupação de 84,1%, a maior já registrada para o mês de abril. Já o tráfego doméstico apresentou crescimento mais modesto, de 3,3%, com capacidade em alta de 3,1% e taxa de ocupação de 82,7%, incremento de 0,1 ponto percentual.
“O retorno do crescimento do mercado transatlântico é particularmente animador. Mas há sinais de fragilidade na confiança do consumidor e das empresas, com a fraqueza contínua do mercado doméstico dos Estados Unidos e a queda nas viagens de classe premium na América do Norte”, disse Walsh.
As companhias aéreas da América Latina também se destacaram no transporte de passageiros, com aumento de 13,9% na demanda e crescimento de 14,6% na capacidade. A taxa de ocupação, contudo, caiu 0,6 ponto percentual, para 83,2%.
Entre os mercados domésticos, os Estados Unidos registraram retração de 0,5% no tráfego, pelo terceiro mês consecutivo. Em contraste, Índia e Brasil mantiveram expansão em ritmo de dois dígitos. Apesar do crescimento mais acelerado da capacidade indiana ter provocado uma ligeira queda na taxa de ocupação, o país continua com o maior load factor (PLF) entre os principais mercados domésticos.
Por Marcel Cardoso
Publicado em 30/05/2025, às 08h59
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