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Nunca, diga nunca

Airbus não acredita em substituto para o A380

Empresas aéreas deverão voar apenas com bimotores quando o Airbus A380 for efetivamente aposentado


A380 surgiu sob o argumento do crescimento do transporte aéreo e o congestionamento dos aeroportos - Divulgação
A380 surgiu sob o argumento do crescimento do transporte aéreo e o congestionamento dos aeroportos - Divulgação

O desenvolvimento de um novo avião de grande porte, similar ao A380, é visto pela a Airbus como muito improvável. A projeção de demanda do transporte aéreo para a próxima década aponta a possível necessidade de novos aviões de grande capacidade, mas as chances de um novo avião com capacidade acima dos 800 assentos são vistas como remotas.

De acordo com Guillaume Faury, CEO da Airbus, a substituição do A380 por um avião similar dependeria de uma série de novas tecnologias, em especial de motores. Em uma reunião com a imprensa em Doha, no Qatar, durante a reunião geral anual da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) e da cúpula mundial de transporte aéreo, Faury destacou que no momento as empresas aéreas buscam aviões mais eficientes e econômicos.

O comentário ocorreu horas depois do CEO da Emirates Airlines, Tim Clark, afirmar que em breve o mundo vai necessitar de novos aviões de grande capacidade para atender a demanda projetada e a saturação dos principais aeroportos do mundo.

“Não contesto o argumento dele [Tim Clark] sobre a necessidade de um novo avião com capacidade muito grande, mas vemos que pós-covid a necessidade de aeronaves muito eficientes em termos de combustível é ainda mais importante do que antes da pandemia. A melhor resposta que podemos dar no momento é uma aeronave bimotora, por ser essa é a resposta mais eficiente que podemos dar”, destacou Faury.

O argumento da Airbus está de encontro com a maioria das empresas aéreas do mundo, que após a crise da covid-19 passaram a investir em novos bimotores, em especial nos A350 e Boeing 787. Todavia, a visão atual da Airbus é oposta a apresentada no final dos anos 1990, quando o argumento para o lançamento do A380 era justamente a demanda crescente a possível saturação da capacidade dos principais aeroportos do mundo.

Com a evolução da aviação comercial, em especial dos grandes bimotores que se tornaram mais eficientes e com capacidade próxima dos 747-400, muitas empresas aéreas optaram por aviões menores, como o 777-300ER, sem perder uma capacidade significativa ao mesmo tempo que ganharam eficiência e reduziram os custos.

Ainda assim, a Airbus não descarta no futuro pensar em um novo Super Jumbo, mas seu desenvolvimento só seria anunciado após a definição de uma nova geração de motores e combustíveis. Aliás, essa será a equação básica para ser solucionada antes do lançamento de qualquer novo avião comercial de médio ou grande porte.

“Talvez nos próximos anos surja alguma nova tecnologia que permita o desenvolvimento de aeronaves de grande capacidade”, destacou Faury em resposta a AIN. “Nunca, diga nunca”.

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Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 23/06/2022, às 15h55


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